‧₊˚ 𝐏𝐀́𝐒𝐒𝐀𝐑𝐎 𝐃𝐄 𝐅𝐎𝐆𝐎 ‧₊˚
Azriel levou duzentos anos para esquecer Theodosia. Ao menos, tinha convencido a si mesmo de que tinha conseguido. Mas precisou ir em busca da princesa há muito desaparecida da Corte Outonal porque ela era a úni...
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Os últimos meses passaram de maneira caótica para a Princesinha das Chamas.
Entre fugir do Palácio da Outonal para ficar com Azriel e passar as madrugadas no subsolo com Brynjar, havia mais uma coisa ocupando os dias cheios de Theo. Uma coisa que ela não tinha contado para ninguém, nem mesmo para Az.
Estava ajudando os humanos a criarem um plano para escapar da Casa na Floresta e roubar as estratégias de guerra que a Corte Outonal tinha desenvolvido para o conflito, além de também levar uma grande quantidade de armamentos poderosos que o Mestre de Armas tinha desenvolvido unicamente para essa ocasião.
Theo tinha passado os últimos meses percorrendo os túneis do subsolo com Antonieta. A princesa os conhecia mais do que ninguém, já que os percorria todas as madrugadas para chegar até a câmara de Brynjar Njord. Estava ensinando os caminhos para a humana e desenhando com ela e o restante dos escravos um mapa para que pudessem fugir por eles até estarem fora dos muros da fortaleza.
Era o momento perfeito, já que Beron não estava em Prythian. Tinha visitado Montesere pela manhã para discutir mais cláusulas que haveriam no acordo pré-nupcial de Theodosia e o Príncipe Soleil. Tinha ido falar sobre o casamento que a filha sequer tinha aceitado. Ele voltaria após o jantar, então o ataque precisava acontecer antes disso.
Naquela noite, os escravos roubariam a Corte Outonal e depois fugiriam para a Corte Estival, onde seriam recebidos de braços abertos pelo Grão-Senhor e se uniriam aos humanos que estavam lá.
E naquela noite, Theo faria o jantar romântico para ela e Az. Aceitaria a parceria e os dois tirariam uns dias de folga.
Era um misto de medo, ansiedade e animação que tomava o corpo da princesa a todo momento. Estava feliz por estar ajudando os humanos, mas também receosa de que Beron descobrisse e os torturasse.
E também estava apavorada com a possibilidade do pai descobrir que estava envolvida na fuga deles.
Mas tinha outro assunto para resolver naquele momento e tinha que se concentrar nisso. Seguia em passos firmes pelo corredor, a caminho dos aposentos do Grão-Senhor e da Senhora da Corte Outonal.
Suas mãos estavam suando um pouco quando pediu a um dos guardas que avisasse sua mãe que estava ali e precisava falar com ela. Enquanto esperava pela permissão da mais velha, inspirava e expirava fundo, tentando estar mais calma.
Os guardas permitiram sua passagem, e Theodosia entrou na suíte real, que praticamente ocupava metade daquele andar do complexo. A sala de recepção estava vazia, apenas com os móveis e com a única humana de pé.
Tiana. Theo tinha desenhado um mapa dos túneis para e ela e mais três humanos que os levariam ao salão de reuniões do pai, onde estariam as estratégias de guerra.
— Onde a Senhora da Outonal está? — A princesa perguntou de maneira seca, para o caso dos guardas do outro lado da porta estarem ouvindo.
— Na sala de estar com as damas de companhia — a mulher de vinte e dois anos, três anos mais velha que Theodosia, de pele e olhos escuros, indicou o caminho, cruzando o cômodo até seguir á porta dourada de dois metros de altura. Seus cachos castanhos deslizando por seu ombro ao abrir a porta para a grã-feérica.
