‧₊˚ 𝐏𝐀́𝐒𝐒𝐀𝐑𝐎 𝐃𝐄 𝐅𝐎𝐆𝐎 ‧₊˚
Azriel levou duzentos anos para esquecer Theodosia. Ao menos, tinha convencido a si mesmo de que tinha conseguido. Mas precisou ir em busca da princesa há muito desaparecida da Corte Outonal porque ela era a úni...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— Breuzinho, quanto tempo — Ophelia ronrona vendo o Encantador de Sombras se aproximar da cela, mas franze o cenho quando percebe sua expressão atordoada. — Por que essa cara de cachorrinho ferido?
— Você devia saber, não sabe de tudo? — ele rebateu, parando a alguns centímetros das grades. O monstro dá de ombros.
— Sei sobre o que me interessa. E sua vida pessoal não é tão interessante quanto você pensa — ela debocha, arqueando uma sobrancelha e observando as mãos vazias do illyriano. — Não trouxe meu almoço hoje?
Azriel desce o olhar por si mesmo, como se só se desse conta daquilo agora. Ele devia ter caçado antes de chegar á prisão, mas sua mente estava tão bagunçada que tinha se esquecido completamente.
— Volto logo com algum animal para você — ele responde e dá as costas, os ombros tensos conforme se afasta da cela, mas para ao ouvir um suspiro pesado vindo da criatura aprisionada.
— Tudo bem, não estou com tanta fome assim — Ophelia murmura, e Azriel nota uma fagulha de preocupação disfarçada de curiosidade e condescendência nos olhos do monstro. — O que houve?
Azriel devia se manter calado. Não precisava da pena dela. No entanto, respondeu: — Theodosia vai se casar para ter uma chance de vencer a guerra.
Ophelia se mantém quieta por um instante, e assente.
— Ela já escolheu com quem casar? — pergunta ela.
— Não sei. Não quero saber — e pela Mãe, ele realmente não queria saber. Pensar em Theodosia caminhando para um altar para se casar com um completo desconhecido o fazia ficar enjoado, sua pele empalidecia só de imaginar.
— Quando ela escolher, é só matá-lo — Ophelia deu de ombros. — Mate todos eles para que ela não tenha outras opções e case com você. Pronto.
— As coisas mudaram desde que te enjaularam aqui. Hoje em dia, esse tipo de coisa não é aceitável — ele semicerra os olhos para o riso de escárnio da fêmea. — Se Theodosia quer se casar com um deles, não posso impedir.
— Essa geração só quer saber de bons modos, céus — Ophelia bufa. — Na época em que eu estava solta, matava qualquer um que se colocava no caminho entre mim e minha felicidade.
— E deu tão certo para você — Azriel debocha.
Ophelia tenta acertá-lo com uma pedra entre as grades, mas o illyriano desvia a tempo. Ela se escora contra a parede rochosa.
— Se não vai impedir o casamento, o que vai fazer? — perguntou ela. — Além de choramingar pelos cantos, quero dizer.
— Vou continuar focado no meu objetivo — respondeu ele, endireitando a postura. — Vou encontrar uma forma de impedir a profecia de se concretizar.
Ophelia arqueia as sobrancelhas, surpresa sendo exposta em seus olhos claros.
