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 O frio em sua barriga e o enjoo que a fazia querer vomitar seus órgãos internos eram extremamente difíceis de ignorar, e Maelie sabia que não era a única a sentir-se assim

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O frio em sua barriga e o enjoo que a fazia querer vomitar seus órgãos internos eram extremamente difíceis de ignorar, e Maelie sabia que não era a única a sentir-se assim. Ela só esperava que isso não afetasse o desempenho do exército na batalha que estavam prestes a travar.

Parada ao lado de Edmund, acompanhados dos arqueiros do exército, ela suspirou. A visão do Exército de Aslan abaixo de si — liderados por Peter e Oreius — só fazia com que seus sentimentos negativos crescessem. Maelie não achava que conseguiria perdoar-se se decepcionasse aqueles que se dispuseram tanto a ajudá-los, mesmo sabendo que não era sua responsabilidade fazê-lo.

A morena saltou levemente quando sentiu uma mão um pouco menor deslizar para encontrar a sua. Virando-se para o lado, encontrou Edmund ainda olhando para a frente, com uma expressão afligida decorando sua face.

Respirando fundo, Maelie segurou delicadamente a mão do garoto, meio calejada dos dias que passara no castelo de Jadis.

Os pelos de sua nuca e braços arrepiaram-se com a visão de um grande minotauro que parava sobre uma rocha, gritando em alto e bom volume, e gesticulando para algo atrás de si.

Seu coração errou uma batida, e sua respiração tornou-se pesada quando uma imensa multidão de seres de diversos tipos surgiu, marchando pelo gramado verde e vívido. A força com a qual Edmund apertava sua mão intensificou-se, e ela deu-lhe um aperto reconfortante.

À frente de ciclopes, gigantes, minotauros, anões, tigres e outros indivíduos vis e frios, aproximava-se uma figura. Sentada em uma espécie de trenó, puxado por grandes, e cansados, ursos polares, estava a mulher que lhe causava desconforto e trazia memórias deprimidas sempre que o simples eco de seu nome surgia à cabeça de Maelie.

Jadis mirava o exército narniano com desdém, zombando da pequena quantidade de membros em relação ao seu, já considerando uma batalha ganha.

Os aliados de Aslan, porém, não pareciam se abalar muito com o numeroso time da Feiticeira Branca, e Maelie ficava aliviada por isso. A paixão que queimava em seu coração, e a esperança que aumentava a cada ano que passava, mesmo após séculos de melancolia e temor, acumulavam-se no peito de cada um, trazendo a força e a coragem de que precisavam para enfrentar a causadora de todo o seu sofrimento.

Maelie não acreditava que conseguiria um dia ser tão corajosa e cheia de fé como os narnianos.

Abaixo de onde estava, Peter parecia hesitante, e sua cabeça virou para que conseguisse olhar para os outros dois humanos que o ajudavam a comandar a batalha. Maelie e Edmund fitaram-se, e a mais velha lentamente desenlaçou seus dedos, antes que os dois tornassem a fitar o garoto indeciso, maneando com a cabeça em sua direção.

Peter voltou-se para o exército de Jadis, desembainhado sua espada, apontando-a para cima. Os narnianos esbravejaram, sendo seguidos pelos aliados da feiticeira, que começaram a correr até eles.

ANTI-HERO | as crônicas de nárniaOnde histórias criam vida. Descubra agora