A camada de neve branca que anteriormente cobria totalmente as terras narnianas se derretera, dando lugar a um gramado verde e vívido, com árvores fortes e belas. Seu casaco fora deixado para trás, por conta da mudança de temperatura, que agora era fresca e confortável.
Maelie sorria largamente, passando os olhos pelo acampamento decorado com barracas em tons de amarelo, vermelho e marrom. Criaturas, um dia presas em sua casa com medo, agora caminhavam animadamente pelo espaço, reunindo armas e se ajudando nas preparações.
A jovem guia cumprimentava os faunos, centauros e animas que olhavam em sua direção, orgulhosa por conseguir chegar até ali.
Olhando para o lado, ela viu as expressões admiradas dos Pevensie e dos castores, e perguntava-se se seus olhos estavam tão brilhantes quanto os deles — ou mais.
— Por que estão olhando para nós? — perguntou Susan, meio envergonhada com toda a atenção voltada para si.
— Devem estar te achando engraçada. — riu Lucy, recebendo um afago no cabelo de Maelie, uma risada de Peter e uma feição emburrada da irmã.
Caminhando adiante, eles deram de cara com uma outra barraca, muito maior e mais graciosa que as outras que rodeavam o Acampamento de Aslan.
Em frente à cabana vermelha e amarela, que levava gravuras e desenhos em padrões por todo o o comprimento, parava um centauro, com uma postura firme, os fitando curiosamente.
Peter desajeitadamente desembainhou a espada, apontando-a para cima.
— Nós viemos para ver Aslan. — anunciou, com os olhos focados no grande ser.
Houve uma movimentação dentro da barraca, e Maelie foi rápida em posicionar-se em uma reverência junto dos narnianos, sem responder aos olhares indagadores dos três irmãos.
De lá, saiu um enorme leão, o maior que todos os ali presentes já viram. Sua juba dourada brilhava contra os raios do Sol, e sua feição e postura denunciavam muita sabedoria e imponência.
Uma aura de respeito, e um pouco de medo, tomou o ambiente, como se apenas a presença do grande leão alterasse os sentimentos e comportamentos dos seres que o fitavam.
Compreendendo a situação, Pedro, Lucy, Susan e os castores se puseram a abaixar-se em respeito ao nobre Aslan, que os mirava sabiamente.
— Bem-vindo, Peter, filho de Adão. — cumprimentou Aslan, com uma voz grave e forte. — Bem-vindas Susan e Lucy, filhas de Eva.
Maelie sentiu, então, um par de olhos focarem em sua silhueta. Levantando levemente a cabeça, fitou as orbes brilhantes do criador de Nárnia, que acenou com a cabeça em sua direção.
— Bem-vinda, Maelie, nossa guia. — anunciou, com a voz um pouco mais mansa. — E bem-vindos, castores, agradeço a vocês.
Arrastando seus olhos pelos recém-chegados, Aslan fez a pergunta que todos esperavam que fizesse.
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ANTI-HERO | as crônicas de nárnia
De Todono qual maelie descobre não ser a anti-heroína que tanto pensava ser fem!oc x p.pevensie book one