Maelie ofegou ao acordar, levantando-se mesmo com as pontadas em sua cabeça cabeça. Seu corpo todo doía, e a tontura que sentia antes de desmaiar continuava muito presente.
— Que bom que acordou.
Ela assustou-se com a voz que surgiu atrás de si, e ao virar-se, sentiu todo o ar presente em seus pulmões desaparecer.
Atrás dela, em cima da mesa de pedra, estava em pé um leão. Um enorme leão, que assustaria todos os que já vira nos zoológicos com seus pais. Sua pelagem era de um belo dourado, e parecia extremamente fofa e macia. Sua juba era de invejar-se, e, junto de sua expressão facial, impunha um ar de respeito e sapiência.
— Oh, céus. — Maelie gaguejou antes de cair no chão em uma reverência.
— Não há necessidade de formalidades no momento, querida. — Aslan a tranquilizou, acenando para que ficasse de pé. — Acho que você está passando por um momento conturbado.
Ela suspirou, sentindo os lábios tremerem.
— Sim, senhor. Jadis transformou meu amigo, Elijah, em uma estátua de pedra. — fungou. — Você não consegue ajudar-me?
O leão suspirou.
— Mas vocês não trabalhavam juntas?
As palavras foram tiradas da boca de Maelie, e ela sentiu sua bile subir por sua garganta.
— Por favor, senhor. — implorou, à beira das lágrimas. — Elijah não merece isso. Ninguém merece isso. Todos estão sempre cheios de esperança e fé em você, mas no fim, ela consegue transformá-los todos em mais uma decoração para seu horrível castelo.
— Estou ciente dos atos da feiticeira, Maelie. Mas você não acha que veio parar aqui por um motivo? Talvez essa batalha seja sua.
— Por favor, Aslan. — ela aproximou-se do grande leão. — Eu faço tudo o que quiser, se me der apenas uma resposta.
Aslan suspirou, usando uma de suas enormes patas para estender o que parecia uma flauta na direção de Maelie.
Era simples, a única coisa especial sendo a gravura da flor de fogo em seu corpo marrom.
— Essa é a única coisa, além de meu poder, capaz de acabar com a maldição da feiticeira em relação às estátuas. Use com cuidado e sabedoria, uma nota fora de tom poderia fazer estragos.
Maelie acenou, porém, ao abaixar-se para pegar o instrumento, Aslan colocou sua grande pata sobre ele. Ela olhou confusamente para o leão, que tinha uma feição de ordem.
— Mas, você precisa prometer-me que voltará para seu mundo logo após tentar salvar seu amigo. — ele falou. — Dando certo, ou não.
— O quê?
A menina não tinha pensado muito sobre voltar para casa após tanto tempo nas terras, então, escutar o grande leão ordenando que ela fosse para a Inglaterra depois de realizar um dos feitos mais complicados de sua vida lhe soava minimamente confuso.
— Como saberei como voltar? — indagou Maelie. — Nem ao menos sei como vim parar aqui.
— Você saberá.
Maelie suspirou. A proposta não era tão difícil, na verdade, ela sabia que aceitaria a primeira coisa que lhe aparecesse para salvar Elijah. O que lhe passava pela cabeça era como reagiria ao ir para a casa de tio Kirke novamente.
Teriam seus pais sentido sua falta? Teria o tempo passado de forma diferente?
Acenando, ela colocou a mão sobre a grande pata do animal.
— Eu prometo.
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ANTI-HERO | as crônicas de nárnia
Acakno qual maelie descobre não ser a anti-heroína que tanto pensava ser fem!oc x p.pevensie book one