vii.

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 Maelie caminhou apressadamente pela neve, tentando acompanhar o ritmo de Peter e Lucy, que andavam um pouco à sua frente

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 Maelie caminhou apressadamente pela neve, tentando acompanhar o ritmo de Peter e Lucy, que andavam um pouco à sua frente. Era possível ver um pontinho marrom à distância, andando na direção da enorme construção azul, que lhe causava arrepios apenas ao olhar.

 A raiva que Maelie sentia de Edmund fora deixada para trás, seu peito agora sendo tomado por preocupação e medo.

 Óbvio que Jadis atrairia uma criança inocente e confusa para seu lado, ela adorava fazê-lo. Conquistar com palavras belas e promessas irreais era um dos talentos da feiticeira. A mulher não sabia jogar limpo.

 Mas, então, ela foi a responsável por instaurar o inverno eterno sobre Nárnia, e Maelie sabia, por experiência própria, que ela faria tudo o que estivesse em seu alcance para impedir a profecia de realizar-se.

— Edmund! — Lucy exclamou, recebendo um pedido de silêncio do castor.

 Peter tentou correr em direção ao irmão, sendo impedido por Maelie, que conseguiu apressar-se e segurar seu pulso com força antes que ele pudesse fazer qualquer coisa de que se arrependeria.

 Seus olhos azuis fincaram-se aos verdes dela, e a garota apenas balançou a cabeça negativamente, ignorando o olhar afiado que recebeu em resposta.

— Não.

— Me solte! Eu tenho que ir!

— Você só está fazendo o que ela quer! — o castor exclamou.

— Ele é nosso irmão! — Susan choramingou.

— Ele é a isca! A feiticeira quer impedir que a profecia se realize, ela vai matá-los!

 Peter se desvencilhou de Maelie quando sua guarda foi abaixada, e os três irmãos Pevensie olharam estupefatos para o Sr. Castor, que respirava rapidamente.

— Isso é tudo sua culpa! — Susan apontou para o irmão.

— Minha culpa?

— Se tivesse me escutado, nada disso teria acontecido! — a jovem parecia estar em seu limite, e por mais que não suportasse mais vê-los brigando, Maelie não a culpava.

— Então você sabia que isso iria acontecer? — Peter perguntou com raiva.

— Não. — os ombros de Susana caíram, e ela rapidamente procurou por uma resposta. — Mas se tivéssemos voltado, poderíamos ter evitado.

 Maelie suspirou, cansada, e passou as mãos pelos fios de seu cabelo escuro.

— Será que vocês dois não podem parar? — disse. — Edmund está agora andando em direção àquele castelo, sozinho, e sabe-se lá o que pode acontecer com ele.

 Ela sabia.

— Se vocês não querem que seu irmão acabe se machucando severamente, ou pior, devem parar de discutir de quem é a culpa e pensar um pouco.

ANTI-HERO | as crônicas de nárniaOnde histórias criam vida. Descubra agora