Capítulo 14

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Narração de Dominick

Sexta feira, 13 de março.

Acho que nunca tive uma sexta feira treze tão... boa.

As nuvens carregadas da tempestade Jason ainda pairam sobre mim, mas não com tanta força quanto no dia do beijo destruidor de emocionais.

Como Adam disse antes de sairmos do hospital no dia anterior, não fui trabalhar hoje e também não vou na semana que vem.

A dor no tornozelo? Bem, parece estar melhorando até que você ameaça pisar o pé no chão.

Estou deitada no sofá, assistindo a programação de sexta feira treze num canal de filmes quando meu celular toca. Estico-me até a mesa de centro, sentindo dores em minhas costas até que pego o celular. É um número desconhecido, o que me faz franzir a testa. Quem pode ser?

Atendo.

- Alô?

- Oi, Atena - é a voz de Adam.

- Oi, Adam - cumprimento. - Aconteceu alguma coisa?

- Na verdade não - diz Adam. - Está fazendo o que?

- Assistindo Frankenstein - dou risada. - Não tenho nada pra fazer.

- O que acha de pegar assistir a um filme hoje a noite? - ele sugere.

Oh... a pergunta me pega de surpresa.

- Bem... acho que não posso sair - murmuro. - O tornozelo, lembra?

- Posso ir à sua casa - ele diz indiferentemente. - Eu levo um filme. Se você quiser, é claro.

- Hm... acho que não tem problema então - digo. - Pode ser as sete?

- Pode sim - Adam assente. - Tenha um bom dia, Atena.

- Igualmente, Adam - dou um sorriso e desligo.

Uau...

Estaria Adam a fim de mim? Será que ele quer algo comigo? Bem, não seria má ideia. Ele é legal, bonito, inteligente... Não supera Jason, esse é o único problema, mas com o tempo a gente esquece. Céus, estou tão confusa! Por que você fez isso comigo, Jason? Você tinha que brincar com meus sentimentos?

Respiro fundo. Um dia eu vou esquecer e vou fazer de tudo para que esse dia chegue o mais rápido possível.

...

Estou terminando alguns relatórios pendentes e pesquisando alguns apartamentos para aluguel em Nova Iorque quando a campainha toca.

Olho para o relógio. Já são sete horas?

Eu me levanto, deixando o tablet na mesa de centro e vou atender a porta.

É Adam e ele está vestido casualmente. Uma malha branca, jaqueta de couro preto e jeans. Há uma sacola de papel em sua mão.

- Oi, Atena - ele sorri.

- Preciso de um apelido pra você - sorrio e dou passagem pra ele. - Entre.

E Adam entra, eu fecho a porta atrás dele.

- Me chame de Hermes - diz Adam.

- Hermes? - pergunto, confusa. - Mas ele não é o deus dos ladrões?

- É - Adam arruma uns fios de cabelo que caem sobre meus olhos -, mas Hermes vive dando em cima de Atena.

Oh, indireta pra mim? Muito bem recebida.

- Ah...

- Sei que estou sendo rápido de mais, mas não vou mentir, estou interessado em você, Nick - ele diz com tanta convicção que até me espanto -, só que não vou apressar as coisas e nem pressionar. O que tiver de ser será.

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