Narração de Dominick
Domingo, 22 de março.
Acordo de manhã, sentindo-me determinada a sair do apartamento que Jason me deu. Saí do hospital na tarde do dia anterior, mas sinto como se nada tivesse acontecido.
Eu me sento na cama e passo as mãos pelos cabelos enquanto dou um breve bocejo. Olho para o meu lado e me assusto ao ver que Adam já está acordado. Mal ouvi a respiração dele quando acordei que até pensei que ele não estava mais na cama. Noto que ele mal pisca e me observa com os olhos inexpressivos, mais com muita atenção.
- Bom dia? - arqueio uma sobrancelha. Ele está presente de corpo, mas seus pensamentos parecem estar fora da Via Láctea.
- Bom dia - ele murmura, me olhando da mesma forma.
- Você está bem? - pergunto. - Está tão quieto...
- Pensativo - Adam suspira. - Você não dormiu essa noite.
- Como assim? - interesso-me. Como ele pode saber?
- Você não roncou nesta noite - Adam em fim se move de verdade, pegando minha mão -, como na noite passada. Pensando na sua mãe, acertei?
Suspiro. Acho que ele sabe mais sobre mim do que eu imaginei. E o pior é que ele está certo. O fato de que minha mãe me ofereceu como garantia a agiotas ainda me deixa abalada, mas a entendo. Ela devia estar desesperada e... como era louca, dá pra dar um desconto, mas ainda não posso acreditar. Fora o fato de eu ter sido abusada quando tinha sete anos... Queria tanto que Jason estivesse apenas mentindo mais uma vez, mas seu semblante estava sério de mais.
- É - respiro fundo e me deito novamente, olhando para o teto. - Nem cheguei a saber se ela ainda está viva e... falando sério? Nem quero saber.
- Eu te entendo - ele aperta a minha mão -, mas... tenta entender o lado dela. Poxa... ela é sua mãe, sabe que ela nunca faria nada que te prejudicasse e se ela te usou como garantia, é porque ela tinha certeza que ia pagar a dívida como fez, mas as coisas apenas fugiram do controle dela. Ela não queria que isso acontecesse contigo.
- Espero que sim - digo.
- Tenho uma ideia pra dar uma ocupada na sua cabeça - diz Adam.
- O quê? Qualquer coisa pra me ocupar agora vai ser ótimo - digo.
- Que tal irmos arrumar a sua casa? - sugere Adam.
- Ah... eu acordei pensando nisso - murmuro. - Quero sair daqui logo. Nada nesse apartamento fui eu quem comprou então... acho que é só arranjarmos o endereço e irmos.
- Peça para as suas amigas - Adam coloca a mão em minhas costas e me puxa de encontro ao seu corpo, e me beija levemente. - Elas disseram que podiam te passar.
- Boa ideia.
...
- Bem, é aqui - digo, desviando meu olhar do pequeno papel com o endereço para a casa do endereço. É bonita e branca. Uma construção de dois andares, não muito grande, mas também não tão pequena. Familiar. Sinto uma breve conexão com ela.
- Reconhece? - pergunta Adam.
- Um pouco - murmuro, observando um pouco mais a casa. Há algo forte nela. A neve, com o fim do inverno, já começa a derreter, mas quase consigo me ver em uma noite, entrando com Jason nela. Ele carregando algumas sacolas. - Dejavi...
- O quê? - pergunta Adam.
- Não sei - murmuro, franzindo a testa -, acho que acabei de ter um dejavi. É noite e eu me vi entrando com Jason lá dentro, mas vamos logo, tenho que ir à academia ainda hoje.
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Possua-me
Romance" Quero sair correndo dali, correr até gastar o solado das minhas sapatilhas, mas não posso. Estou presa a ele, seu calor e seu toque são irresistíveis pra mim. Minha loucura clama por ele. O meu tudo. Ele é a minha loucura e eu o amo mais do que po...