- Nick - chamo enquanto abro a porta do quarto, que está iluminado apenas pela luz do abajur.
Já faz uma hora que ela me deixou na sala e quando a vejo deitada na cama, suspirando com o olhar longe enquanto, provavelmente pensa na vida, sinto meu coração apertar. Nunca a vi tão melancólica, nem em dias de TPM. Talvez depois da morte da mãe e do irmão, mas o brilho em seus olhos era de uma tristeza profunda, de luto, já o brilho que vejo agora é de... abandono, de distantes pensamentos negativos.
Sigo até a cama e me sento na beirada, na frente do seu corpo deitado de lado, olhando para o chão, com os cotovelos nos joelhos e dos dedos entrelaçados.
Não posso olhar para ela, por mais tentador que seja, é doloroso de mais. Mas olho.
O brilho em seu olhar vermelho e ainda mais intenso e de cortar o coração quando se está mais perto, mas forço-me e continuar olhando-a.
- Quer conversar? - pergunto em fim.
Nick suspira.
- Ainda não me odeia e não vai me mandar embora? - ela pergunta de volta.
- Obviamente não - murmuro -, mas se continuar assim, vou ter que te dar umas palmadas.
Ela desvia o olhar por alguns instantes.
- Me leva pra minha casa.
- O quê? - minha voz é quase um sussurro.
- Quero ir embora - ela se senta na cama. - Se não posso te fazer feliz, ou mesmo te beijar sem me sentir culpada por você sentir algo e eu nada...
- Você sente - interrompo-a. - Sei que sente. A sintonia, lembra? Se eu sinto, você sente.
Ela fecha os olhos com força.
- Olha pra mim, Jason! - ela grita. - Será que eu te amava mesmo? Se eu amasse, eu me lembraria de você!
- Você lembra - pego suas mãos. - Bem aí no fundo você sabe que é minha. Que tem que ser minha. Lembrou do meu nome.
- Eu... me leva pra casa, Jason - ela começa a chorar. - Me faz me lembrar você. Eu quero lembrar.
Oh, não...
Vê-la desse jeito me faz querer abraçá-la e protegê-la de todo o mal que tem acontecido conosco. E eu o faço.
- Vem cá - pego-a em meus braços e a coloco um pouco mais centro da cama, dando espaço para que eu me deite e eu me deito, puxando-a de encontro ao meu corpo. - Você vai lembrar.
- Eu... preciso de um tempo - ela sussurra.
- Tem todo o tempo do mundo - murmuro.
- Então... vai se importar se eu me afastar por um tempo?
- Como assim? - pergunto.
Ela se senta na cama.
- Bem... eu pensei em voltar pra minha casa - ela murmura. - Lá eu poderia ficar sozinha e pensar um pouco mais.
- Não pode pensar aqui? - pergunto não gostando da ideia.
- Eu posso, mas... eu preciso de um espaço pra respirar - diz Nick. - Me desculpe, mas com todos esses "eu te amo" que você já disse a mim, eu estou me sentindo pressionada e não consigo pensar direito. Preciso de um tempo, pra colocar as ideias no lugar e ver se consigo me ocupar com alguma coisa e acho que a minha antiga casa poderia...
- Nick... não - balanço a cabeça negativamente. - Olha, pode ser perigoso. Eu tenho quase certeza que você foi empurrada da escada e não que tropeçou e caiu. Se volta pra lá sozinha, alguém pode ir atrás de você e te fazer mal ou coisa assim, não sei se poderia conviver com a culpa por ter te deixado ir.
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Possua-me
Romance" Quero sair correndo dali, correr até gastar o solado das minhas sapatilhas, mas não posso. Estou presa a ele, seu calor e seu toque são irresistíveis pra mim. Minha loucura clama por ele. O meu tudo. Ele é a minha loucura e eu o amo mais do que po...