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Então você me acolhe
E tudo em mim começa a sentir como se eu pertencesse.
Como se todos precisassem de um lar.

Exist for love_Aurora


Ana

Eu queria muito acreditar que estou dormindo profundamente,mas descobri que isso tudo é real de verdade.
E estou com medo do que pode a acontecer.
Estou com medo de não saber explicar tudo o que aconteceu quando eu voltar para casa(Se eu voltar).

Ninguém vai acreditar em mim.
E isso me deixa apavorada.
Mais apavorada do que estar dentro de uma carroça-ao lado de um homem que eu nem sequer vi o rosto- indo para a casa de um estranho.
Estou violando todas as regras de segurança que me foram impostas quando eu era criança.
*Não fale com estranhos.
*Não aceite carona de estranhos.
*Não aceite nada de estranhos.
*Fique longe de estranhos.
E aqui estou eu. Indo para a casa do Julian,porque pela primeira vez na vida,eu não tenho onde cair morta.

Preciso voltar para casa logo.

Respirei fundo e tentei me afundar no banco. Mas Julian é grande de mais e não deu certo.
Eu não me sinto como uma sardinha na lata,até porque não está tudo tão apertado assim,mas...não sei explicar porque meu braço está dormente.
Talvez seja porque o braço de Julian está encostando no meu.

E falando no Julian, ele disse alguma coisa. Mas meus pensamentos não permitiram que eu ouvisse.

-An?-Eu tentei me virar para olhar para ele,mas nossos joelhos encostaram um no outro. Mudei de ideia e voltei para a posição inicial.

-A senhorita está bem?-Disse ele.

-Estou.- Menti.- Só estava pensando.

-Claro.

Ele voltou a ficar em silêncio.
E eu olhei pela pequena janela da carroça. Faz um tempinho que nós saímos da aldeia.

A paisagem é muito bonita do lado de fora.
O céu azul combina perfeitamente com o verde das árvores.Alguns pássaros cantam alegremente.

A estrada de terra batida por onde viajamos parece não ter fim...
Mas é tranquilo.

Quem sabe a minha convivência com eles dois pode ser tranquila também.
Afinal,só aceitei o convite por causa de Cardan. Eu não iria sozinha com Julian. Nem morta!

Eu segurei o riso e me encostei na janela. Consegui uma boa posição para apreciar a paisagem durante todo o trajeto .
É tudo tão lindo!
Não era sempre que eu podia ver uma paisagem assim na cidade grande. Aliás, o único verde que eu via era o alface na minha salada.

-Estamos quase chegando!-Disse Cardan,do lado de fora,alto o suficiente para que pudéssemos ouvir.

-Queria que fosse verdade...-Disse baixinho.Mas Julian acabou me ouvindo.

-Eu prometo que farei o possível para que a senhorita possa voltar para casa.

Eu me afastei da janela e o encarei.

-Desculpa, Julian...Não sabia que você estava ouvindo.
Não estou reclamando da sua casa.

-Eu sei que não. -Ele sorriu de leve.- Sei que deve estar com medo. Eu também fiquei com medo quando...- Ele parou de falar imediatamente. Como se não quisesse me contar.- O importante é que você ficará segura!- Ele desviou o olhar de mim.

O Príncipe PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora