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Julian

Nós não demoramos muito a voltar para casa,depois daquela longa conversa no rio.

No caminho de volta,Ana compartilhou comigo a sua opinião sobre o lugar onde vivo.
Ela me disse que nunca esteve em um lugar tão lindo.

Ana faz questão de dizer que onde ela vive o verde some a cada dia mais e que é muito calor. Ela chamou o clima de :Pré-inferno.

Eu esperava outro tipo de reação, quando pedi que ela viesse conversar comigo. Pensei que ela ficaria com medo de mim.
Mas Ana parece ficar um pouco confortável na minha presença.
Isso deve ser bom.

Quando nós voltamos do "Rio dos desejos" , já havia passado muito tempo.
Nunca tive uma conversa tão longa. Não com uma mulher.
Ficamos sozinhos mais tempo do que a moral e os bons costumes permitem. Mas,ninguém precisa saber disso.

Ao entrar em casa,eu sorri ao ver Cardan deitado em frente à lareira.
Ele tinha um livro nas mãos e estava tão absorto que não nos ouviu chegar.

–Cardan?– Chamei por ele,mas o meu filho não me respondeu. Olhei para Ana e vi que ela também parecia feliz em vê-lo. E que estava curiosa.–Cardan adora ler.

–Eu também!–Ela respondeu prontamente.

–É mesmo? Eu tenho muitos livros em meu quarto, se a Senhorita desejar.

Ela olhou para mim e piscou algumas vezes, antes de sorrir impressionada.

–Seria ótimo!

–Pode pedir para Cardan pegar um para você, quando quiser.

‐Obrigada!

–Não há de quê...–Limpei a garganta. – Bom,eu...

Eu me detive ao ouvir três batidas lentas e pesadas em minha porta.

–Conversamos mais tarde?–Eu estendi a mão para ela. Ana fez o mesmo,de um jeito tímido.

–Sim...A gente...A gente conversa mais tarde!

–Passar bem,Senhorita Ana.–Deixei um beijo em sua mão, para dizer que volto logo.– O dever me chama.

Dei as costas para ela,mesmo que não quisesse fazer isso. E respirei fundo,antes de abrir a porta.

–Você demorou. –Disse Adam.

–Desculpe. Eu estava ocupado. –Sorri de leve para ele.

Mas Adam olhou para atrás de mim e franziu o cenho ,antes de me olhar outra vez.

–O que ela está fazendo aqui?

–No momento,isso não lhe diz respeito!– Apontei para o caminho,para que nós pudéssemos sair de perto da casa ,antes que Adam dissesse alguma besteira. Tarde de mais.

–Ela não pode estar aqui!

–Adam!–Eu o repreendi.– Ande logo! Temos trabalho a fazer!

Ele soltou um grunhido de desaprovação e deu meia-volta. Eu o acompanhei a contragosto.

–Qual é o problema desta vez?

O Príncipe PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora