A VERDADE

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Harry Scarborough

-- Me lembro do senhor Richard chegar em casa falando que tinha encontrado a esposa perfeita, ele me disse que ela era jovem e seria um bom acordo com a Rússia. - Olga fala com os olhos dispersos como se tivesse se lembrando de algo.

-- Ele era um homem horrível, não tinha piedade de ninguém e todos tinha medo dele, - ela diz com raiva. -- Assim que pus meus olhos em Elle soube que ela era uma moça ingênua que tinha apenas seguido ordens de sua máfia, não tinha noção nenhuma de como era a vida de casada, muito menos a vida com o senhor kusts. - Ela diz e eu apenas ouço tudo em silêncio.

-- Na primeira noite ouvíamos gritos e o choro da Elle, mais não podíamos fazer nada se não o senhor Richard podia nos matar, - ela fala e me olha. -- A única coisa que fazia era cuidar dos seus ferimentos depois de cada tortura. Fazia curativos, limpava o sangue, essas coisas.

-- Ao longo dos dias seguintes ela usava muita maquiagem e eu ajudava ela a esconder as marcas, eram queimaduras, socos, cortes, até acorrentada ela era, acho que você já viu algumas marcas. - Ela fala olhando pra mim e fazendo um ceno com as mãos sinalizando o corpo.

-- Então um dia ela fugindo dele achou uma sala cheia de arquivos, eu a ajudei a estudar tudo e a entender como a máfia alemã funcionava. Não demorou muito e o senhor kustes morreu, então Elle assumiu tudo se tornando a mulher forte e temida que é hoje. - ela termina de falar.

Ouço tudo em silêncio tentando imaginar oque Helena sofreu, pois torturo pessoas quase todos os dias e é normal para mim, mais saber que ela passou por tudo isso, me faz entender o porquê ela tem tanto medo de se entregar.

-- Eu não fazia ideia doque ela tinha passado Olga. - digo finalmente entendendo Elle. -- Muito obrigada por me contar, agora pode me deixar sozinho preciso digerir tudo isso . - Falo educado.

-- Mais uma coisa senhor, - ela fala se levantando.

-- Pode falar Olga. - Digo

-- Não a machuque, ela já sofreu muito e por todas as vidas possíveis, - ela fala acolhedora. -- Ela é difícil mais não desista fácil, pois o senhor vai descobrir que ela tem um coração enorme. - Ela fala e sorrir.

-- Eu entendi Olga pode ficar tranquila não quero a fazer sofrer, mais nem tudo depende só de mim. - Digo indo abrir a porta para olga, ela sai fazendo uma reverência pra mim. Depois de fechar a porta vou me servir de uma bebida e me sento na sua mesa novamente, vejo algumas gavetas embaixo e resolve ver oque tem dentro delas.

A primeira gaveta que abro tem uma pasta com meu nome e minha foto, pego e quando abro vejo fotos minhas por todo os lugares que viajei, vejo minhas informações básicas e da minha família. -- Então ela sempre soube quem eu era. - falo pra mim mesmo. Me pergunto se ela mandou fazer esse dossiê antes ou depôs do nosso encontro em Moscou mais pelas as informações contidas com certeza ela me conhece de antes.

Então me recordo que uma vez, apenas uma vez fui a casa de Daniel ainda com seus pais vivos, nois dois éramos adolescentes e fomos pegos fugindo de internato, então Daniel me levou até sua casa e depois eu voltei para a minha. Eu sabia que ele tinha uma irmã mais não a conheci naquele momento pois ela estava na escola de etiquetas ou pelo menos era oque eu achava. E depois só soube da notícia que tinha se casado pela imprensa mais nunca dei muita atenção a isso.

Então coloco a pasta onde achei e me levanto parando em frente a janela observando o jardim, resolvo ligar para minha mãe.

-- Alô mamãe. - Digo depois que ela atende.

-- Sim filho, - ela responde mais não noto tristeza em sua voz . -- Estava me perguntando quando ia me ligar. - ela completa.

-- Tô ligando para dizer que papai morreu, e que foi eu que matei. - falo de uma vez colocando a mão no bolso ainda olhando para fora da janela sem ponto específico.

-- Eu já sei de tudo meu bem, sua noiva me informou e me mandou o seu corpo para velar , - ela fala e fico surpreso.

-- Porque não me contou que não sou seu filho. - Digo triste dando um gole em minha bebida.

-- Nunca diga que não é meu filho pois você é tão meu quanto Adrian, além disso seu pai que o diabo o tenha, nunca foi um bom homem pra mim muito menos pra vocês eu apenas lhe preservei de uma dor imensa.- Ela fala e vejo que está aliviada com sua morte.

-- Eu sei mamãe, mais como Adrian absorveu tudo isso? - pergunto.

-- Ele voltou do México e vai assumir o lugar do seu pai, ele não está triste acho que está aliviado e eu também. Pois sei que ele será um grande líder assim como você vai ser. - ela fala.

-- Como tem tanta certeza mamãe. - Eu lhe pergunto e ouço sua risada.

-- Porque eu os criei pra isso, agora seja um bom noivo e trate sua futura esposa bem, se não eu mesmo lhe dou umas palmadas. - ela fala e eu dou um pequeno sorriso.

-- Ela é difícil mamãe mais prometo que não vou lhe decepcionar. - digo por fim.

-- Eu sei que o amor muitas vezes nos faz duvidar de muita coisa, mais acredito em você, e só peço que não tenha medo e ouça seu coração, eu te amo meu filho, agora tenho que ir posar de viúva triste mande um abraço para Elle. - ela diz apressada.

-- Eu também te amo mamãe e mandarei sim seu abraço. - Desligo o telefone tomo toda minha bebida e saio do escritório indo direto para meu quarto.

Depois de um banho finalmente me deito na cama para descansar, estou canssado tudo aconteceu rápido demais, muitas revelações, preciso me recompor e absorver tudo, alem de tentar entender oque é isso entre eu e Elle porque até ontem não queria nada disso e hoje parece que a amo a muitos anos.

Então quando fecho meus olhos vejo os olhos verdes de Helena em meus pensamentos e fico duro no mesmo instante, não posso procura lá, meu orgulho pede para que ela venha até mim, mais só de pensar nela me excito, como eu a queria deitada ao meu lado nesse momento, ou como será que ela está com tudo isso, será que ainda está dolorida da sua primeira vez. Me faço perguntas esperando meu consciente me dar as respostas, então adormeço lembrando da nossa noite juntos.

A PRIMEIRA DOM Onde histórias criam vida. Descubra agora