Cap. 17 - Infidelidade

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— Não acredito que mais uma vez estamos indo para casa. Essas duas semanas foram as mais corridas. —Enid reclamou levando a mochila para o lado de fora e se jogando na grama.

Ela esperaria o pai, já que dessa vez, o homem disse que a levaria para casa. Enid estava triste de não poder voltar com Wednesday. Ela gostava de passar esse tempo no carro com a namorada. Mas se ela insistisse muito, era capaz do pai desconfiar que algo estava errado e que a loira não queria isso, não queria que o pai visse o quão desesperada era estava para ir embora com a vizinha que eles odiavam.

— Acho que o fato dessa ter sido a pior semana ajudou isso. Você sabe, toda a inspeção e a maneira que eles não nos deixavam em paz um minuto. —Sarah rolou os olhos. — Viemos aqui para fazer amigas, e parece que estamos em uma prisão. —Agarota reclamou.

Sarah estava sempre reclamando. Nada nunca estava bom para ela e Enid já estava acostumada com o seu jeitinho.

— Vocês vão ficar esse fim de semana? —Wednesday mudou de assunto, ajeitando os óculos de sol.

Enid não prestou atenção na resposta de Divina e Sarah, ela só conseguiu perceber o quão sexy a Addams ficava com calças jeans, óculos de sol e uma camiseta branca.

Tão, tão bonita.

— Enid! Seu pai chegou —Irmã Tanya, uma das senhoras que tomava conta das meninas, chamou, atrapalhando a visão de Enid ao entrar na frente de Wednesday.

Enid apenas assentiu, dizendo que só iria se despedir das meninas e estava indo encontrar o pai. Das meninas, ela quis dizer Wednesday. Claro, ela também deu um aceno para

Divina e Sarah, mas Wednesday recebeu um abraço apertado e um sussurro de que ela sentiria muito sua falta (mesmo que fosse por apenas dois dias) a morena deixou um beijo leve e simples no pescoço de Enid, se afastando da namorada e dando um sorriso.

— Qualquer coisa, me mande mensagem. Eu não me importaria em escalar a sua janela. —Enid sabia que não, já que Wednesday já havia feito isso antes.

A loira andou até a entrada do internato, reconhecendo logo o carro do pai. Ela deixou a mochila no banco de trás, o abraçando apertado.

— Bom dia, como você está, querida? —Murray deu um beijo no rosto da filha, a ajudando a ajeitar o cinto de segurança.

— Sua mãe está com sentindo tanto a sua falta. Vamos, vai ser uma longa viagem. —Ele se virou ligando o carro e seguindo o caminho que já era conhecido por ela.

Enid passou a viagem toda dormindo, ela sempre fazia isso porque sempre estava cansada demais para aproveitar a paisagem. E não era como se tivesse muito para apreciar, o interior era bonito, mas como já havia feito essa viagem de ida e volta algumas vezes, não era novidade para ela.

Quando chegou em casa, assim que abriu a porta, ela ouviu a voz da mãe.

— Está de volta! —Esther andou pela casa tirando seu avental e indo em direção da filha.

Enid se deixou cair nos braços da mãe, dando um sorriso sincero. Ela gostava dos abraços da mais velha e mesmo com todo o jeito severo, ela sabia que a mãe tinha os melhores abraços e quando ela queria, poderia até ser carinhosa, e não medonha.

É claro, esses momentos eram raros.

— São só por dois dias, depois vamos voltar. —Ela acabou falando no plural, mas logo percebeu o erro. —As meninas e eu... Logo vamos todas voltar. Na verdade, tem até algumas que nem vão para casa. —Enid se embolou em uma desculpa.

A mãe pareceu não perceber, e se percebeu, não ligou ou viu nada de errado naquilo.

— Ah, meu bem. Tudo bem, dois dias é o suficiente para matar as saudades. Ainda não sei como vou fazer quando você for para a faculdade. —Esther fez um sinal para que Enid lhe acompanhasse até a cozinha.

No one's in the room - WENCLAIR Onde histórias criam vida. Descubra agora