Capítulo 7: Não me deixe

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POV MON

Estava ainda distraída em meus pensamentos quando ouvi o barulho na porta e vi minha pequena Emili, adentrar ao quarto e logo se acomodar ao lado do meu corpo que repousava na cama hospitalar. Ela estava tão linda e já tão crescida, meus olhos de imediato se embaçaram pelas lagrimas que estavam prestes a cair, fiquei admirando Emy fazer carinho nos meus cabelos e em meu rosto, mas eu não conseguia sentir seu toque como há pouco senti o toque de Sam.

Non também entrou no quarto e ''me cumprimentou'' com aquele jeito bobo que ele tem.

-Oi minha cunhadinha preferida! Vamos acordar hoje ou não? Você perdeu a estreia no novo filme da saga Screen e perdeu o campeonato de futebol, aliás nosso time ganhou como sempre... Saudade de você Mon. Enquanto se aproximava e ficava me observava com um olhar triste.

Minha Irma irin entrou alguns minutos depois, senti meu coração apertar por não poder abraça-la e dizer que eu estava bem ali ao seu lado. Ela se aproximou da cama e beijou minha testa com carinho, sorriu tristemente e segurou minha mão... Novamente não senti nem ao menos o toque dela e esse fato me intrigava pois somente Sam podia me ver e eu quase pude senti-la quando ela tocou minhas mãos, além do fato dela poder sentir meu toque.

Fiquei por alguns minutos naquela bolha apenas observando a interação da minha família com meu 'coma', Irin escovou meus cabelos e minha sobrinha contava baixinho no meu ouvido sobre sua escola e sobre seu dia, dizia sentir minha falta e que precisava que eu acordasse para fazer biscoitos de chocolate para ela. Nem percebo o tempo passar até que meu cunhado pega a pequena Emily adormecida ao meu lado e se despede de mim.

–Até mais cunhadinha, amanhã quero te levar acordada para casa viu. - Acho que ele deve falar isso todos os dias que vem aqui, é bem a cara do Non. Eles saíram após se despedirem e segui atrás deles. Percebi que Non saiu do hospital enquanto minha irmã se direcionou ao corredor onde ficavam as salas dos médicos, reconheço, pois, era onde ficaria a minha sala, onde eu iria deixar meu espaço com a minha cara já que havia conseguido a vaga para trabalhar definitivamente no North West.

Eu acompanhei minha irmã e percebi que ela parou em frente a sala com o nome do Dr Kirk na porta, então fiquei triste ao perceber que ele ficou com a minha vaga no hospital, o que significava que nem talvez nem meu chefe Dr. Aon tinha esperanças que eu acordasse.

Irin entrou e se sentou à frente de Kirk, eu fiquei de pé ao seu lado acompanhando a conversa deles, mas não estava gostando do semblante de Kirk e do rumo daquela conversa. Aos poucos eu estava percebendo onde ele queria chegar e quando ouvi ele falar sobre desligar meus aparelhos, de deixar eu ''partir '' foi como se estivesse caindo num vazio profundo, tudo ao meu redor congelou e eu só pensava em uma coisa:

Sam.

NARRADORA

Naquele fim de tarde Sam chegou ao se apartamento se sentindo vazia, havia saído do hospital deixando Mon para traz e acreditava que aquilo era o certo, que talvez assim ela acordasse ficando perto de seu '' corpo físico'' porem mesmo sabendo que fez o que era o certo seu coração ainda doía. Só desejava que Mon voltasse para ela, desejava Mon ali ao seu lado pois já estava tão acostumada com a presença da menor que aquele apartamento parecia mil vezes maior sem ela ali. Sam foi até sua pequena adega e se serviu de seu whisky com dois cubos de gelo, se direcionou até a sala com o copo em uma das mãos e no outro pegou um guardanapo para apoiar o copo afim de não marcar ainda mais a mesinha de centro, quando se sentou sorriu brevemente lembrando de Mon reclamando da mesa toda marcada e deixou um lembrete mental a sim mesma: comprar descansos de copo.

A noite se aproximou e já passavam das oito horas quando Sam resolveu tomar seu banho e ligar para Beylei, já que desde que pediu informações sobre o apartamento de Mon ele não lhe respondera, mesmo que agora ela já tenha as informações que precisava, precisava ouvir a voz de seu amigo.

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