Dois.

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18 de Agosto de 2023.
Alemanha - Duskwood

O restante da madrugada foi tranquila entre partes, por volta das 06 da manhã aqueles pesadelos começaram a me infernizar, fazendo com que eu acordasse aos gritos. Aquilo talvez nunca fosse passar, até porque presenciar um acidente onde você perdeu as duas pessoas mais importante de sua vida, era algo que ficaria marcado para sempre.

Alguns minutos já haviam passado, decidi levantar-me indo em direção ao banheiro para que pudesse fazer minhas higienes matinais. Ao lavar meu rosto via minha face sobre o espelho, o rosto cansado demonstrava a forma como as noites estavam sendo terríveis para mim.

Tive uma ideia de correr pelas ruas de Duskwood. Não conhecia muito, mas como a cidade não era grande, não teria como se perder.

Procurei um conjunto de top e shorts preto que havia trazido na mala, já imaginei que iria gostar de experimentar novos ares. Assim que vesti, joguei uma jaqueta básica por cima, para que não ficasse tão extravagante. O tênis já estava sobre meus pés, relógio sobre meu pulso e o cabelo em um coque mal feito. Minha destra se posicionou em colocar os fones sobre meus ouvidos e sai andando para fora do hotel.

Ao abrir o Spotify coloquei uma de minhas músicas favoritas "Rosyln". A vibe combinava muito com Duskwood, o que me fez ficar animada com toda essa situação. Abri meu WhatsApp vendo que Dan já estava online, resolvi mandar uma mensagem já que não havia o respondido ontem a noite.

📲 Bom dia, margarida.

O dia estava silencioso, porém chuviscos eram vistos caindo do céu. O cheiro que as árvores transmitiam de certa forma me deixavam mais confortável e não havia muitas pessoas na rua naquele momento, a cidade ficou deserta depois de todo o ocorrido. Isso me fez não ter vergonha de correr feito doida pelas ruas de Duskwood.

📱Não cansa de me chamar assim?

📱Bom dia boo, por que acordou tão cedo?

Apelidei Dan de margarida na época em que o mesmo me chamou para ir ao cinema.

📲 Você me chama de boo 🤷🏼‍♀️. Estou indo correr agora, mas preferi mandar um bom dia antes.

Desliguei o celular, colocando a tôca de minha jaqueta sobre minha cabeça e comecei a correr aos poucos. Provavelmente a maioria estivesse acordando naquele horário para o trabalho e por tanto não veria muito deles pelas ruas.

Correr virou um hábito para mim, conseguia me sentir mais livre, pois o peso que estaria sobre minhas costas eram deixados por todo caminho percorrido.

Era incrível como tinha floresta para todo lado, o que era bem assustador como Jessy havia me falado. A poucos minutos observei a Roger's Garage, a oficina que se destacava por ser propriedade da família de Richy. Seu pai estava pelo lado de fora arrumando algumas peças, o mesmo se parecia com o filho e eu nem conseguia imaginar a dor que o mais velho sentiu ao saber que Richy era o culpado de tudo. Me aproximei um pouco, o senhor estava na faixa de 55 anos, mas já eram vistos cabelos brancos.

— Está perdida?

Ouvi o mais velho perguntar, sendo assim soube que o pai de Richy não fazia ideia de quem eu era.

— Richy era um bom rapaz, apenas se deixou levar pelos sentimentos ruins na época.

Senti sua dor ao ouvi-lo falar certas palavras sem que me conhecesse, ninguém merecia passar por tanta coisa assim. Certeza que a comunidade de Duskwood o desprezou por ser pai do culpado.

— Eu o conheci e tenho que concordar com o senhor. Pessoas boas acabam cometendo atrocidades pela cabeça estar sendo comandada por pensamentos errados.

Hacked Love - DuskwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora