Hacked Love - Duskwood

Doze.

01 de Setembro de 2023.
Alemanha - Duskwood.

Minha respiração pesada mostrava a dor que estava sentindo naquele momento, as palavras não saíam, as frases que tentavam ser montadas em minha cabeça se desfaziam antes de chegar na metade. Pedi para que aquilo fosse um pesadelo, que eu me acordasse rapidamente e Jessy estivesse ao meu lado com aquele sorriso que animava a todos, mesmo que o dia fosse o mais difícil possível, mas, caí na realidade ao ouvir a voz do estuprador. Não era um simples pesadelo, nem mesmo uma alucinação da minha cabeça, Jessy realmente havia sido morta frente aos meus olhos, em uma tentativa de tentar me salvar e eu nunca iria me perdoar por isso.

Meu rosto enterrado sobre o corpo frio e molhado da ruiva, ainda me faziam pensar na possibilidade de que ela fosse acordar, mas Ted segurou em meus cabelos, fazendo com que me soltasse de Jessy. Suas mãos começaram apertar meus fios loiros, enquanto seus olhos encaravam os meus olhos friamente, tudo indicava que aquele homem não obtinha nenhuma emoção, porque matar alguém como matou alguns minutos atrás, deixava comprovado de que era um psicopata. O sorriso podre que estava em seus lábios me embrulhava o estômago, como alguém poderia estar feliz logo depois de ter executado alguém? Virei a cabeça ainda olhando o corpo de Jessy sobre o chão, seu pescoço parecia tão mole e seus olhos seguiam abertos.

- Me solta, seu nojento. - Exclamei dobrando meus joelhos sobre o chão e com minha destra fechei as órbitas da ruiva, vendo que algumas lágrimas escorriam por minha face.

- Meus sentimentos, pela perda. - O homem disse dando risada. - E se tentar fugir novamente irei matar cada um de seus amigos, um por um.

Fiquei em silêncio, apenas sendo empurrada com a arma sobre minhas costas e o cheiro repugnante do homem vindo ao meu olfato. Minhas pernas queimavam enquanto caminhava e minha cabeça doía em lembrar que teria que voltar para aquele lugar sujo e ser vítima de novos assédios. Uma grande chuva caía sobre Duskwood, era como se todos soubessem que haviam tido uma grande perda, da qual a cidade nunca poderia voltar ao normal. Sentia minha costela repuxar, meu pé doer e os olhos estarem marejados, por tudo que havia acabado de acontecer.

- Sabe, Larinha. - O homem decidiu parar enquanto me fez parar também e acariciou levemente meu rosto com a arma que estava em sua canhota. - Estou com um tesão da porra e você pode resolver isso pra mim.

Engoli seco ao ouvir tais palavras saírem de sua boca, não estava pronta para ser abusada mais uma vez e principalmente alguns quilômetros de onde minha melhor amiga tinha sido assassinada. Só me dei conta, quando senti minhas costas serem pressionadas contra uma árvore e suas mãos sujas adentrarem minha camiseta, encontrando meus seios expostos. Suas mãos apertavam os dois, enquanto o homem tentava esfregar seu membro já ereto em mim.

- Me diga o quanto amou em ver aquela ruiva levar um tiro na cabeça. - Sorriu travesso e eu só fechei meus olhos sentindo raiva.

Jamais diria algo como aquilo e estava fora de cogitação, Ted poderia me abusar, matar e seja lá o que quisesse fazer comigo, mas jamais me sujeitaria falar coisas absurdas como aquela. Uma das mãos do homem veio de encontro com meu rosto me dando um tapa, enquanto a outra ainda segurava meu seio.

- Filho da puta. - Ouvi uma voz grave ressoar por trás de Ted que paralisou naquela hora, me jogando sobre a árvore.

Minhas orbitas encontraram as de Daniel que estava parado em nossa frente, notei que sua feição era de raiva e as mãos estavam fechadas. Talvez o homem estivesse com Jessy na floresta e acabaram por se separar ou fosse só uma coincidência. Fui tirada de meus pensamentos ao ver que Daniel socou o estômago de Ted, fazendo com que o homem se curvasse e caísse de joelhos na terra. Notei também que um filete de sangue escorreu pelo nariz do estuprador e deixei um riso fraco invadir meus lábios. Mas Ted não parecia atingido, pois levantou-se de modo cambaleante e deu alguns passos para trás, até sentir suas costas bater contra meu peito.