Capítulo 4

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(Sarah Pov's)

Não contei de nada a giovanna ontem, ela nem saiu do banho felizmente.
Fiquei aliviada ao descobrir que hoje era uma "folga", então passei metade do dia descansando, jogada na cama, e olhando o tiktok.

Giovanna: vamos sairrr, todo mundo vai

Sarah: num sou todo mundo

Giovanna: tu é chata pô, isso sim! Vamooo por favor, estão combinando de ir pra torre de pisa depois do almoço

Sarah: eu vou, calma - ri

...

Depois que terminamos de almoçar, saímos, dessa vez em quatro carros, em direção a torre de pisa.
Estava no mesmo carro que o borussi, por algum motivo sinto que foi de propósito, me separaram de giovanna e me colocaram do lado de isabela, que não parou de falar e tentar chamar atenção o caminho TODO.
Ela ficava perguntando se ele havia gostado do decote, do batom, se eles iam beber, se iam comer, se ia ter after, que idiotice, fiquei calada, o percurso todo.

Assim que chegamos, foi um alivio não estar tão colada naquela ser.

Samuel: tudo certo com seu celular? - ele disse em tom de deboche, brincadeira

Sarah: tudo certo com sua puta de estimação?

Samuel: não sei...ta tudo certo com você amor? - ele deu um sorriso perverso e eu me irritei

Sarah: você e aquela isabela, se merecem

Samuel: se é o que você acha - ele riu - eu e você nos merecemos

Sarah: nem em divida de jogo

Samuel: veremos - ele riu, sempre como se estivesse brincando comigo, não vou fazer parte dessa lutinha de egos

O restante do dia foi...maravilhoso, tirando isabela, que não cansa de ser inconveniente, ela gritou com uma criança, chamando ela de imunda, assustou todo mundo que chegava perto, e ainda ficava se esfregando e se humilhando pra samuel, que não estava nem ai, ele nem com ela falou.
Eu nunca me rebaixaria nesse nível, tirando isso, foi espetacular, giovanna tirou uma foto como se estivesse segurando a torre, igual geral faz, participamos de uma competição de quem bebe mais em um pequeno restaurante, e mesmo que eu tenha saído zonza, eu ganhei.
Ao anoitecer, cada um foi comer o que queria de janta e voltamos para o hotel.
Amanhã começa tudo de novo, talvez até pior.

...

Terminei de me vestir para dormir e giovanna já estava capotada roncando, me deitei e desliguei a luz no interruptor ao lado da cama.
Fechei os olhos, e esperei o sono vir.
Mas não veio.
Isso é péssimo, deitar e não conseguir dormir, comecei a ficar nervosa e sem ar, então me levantei e sai andando pelos corredores até a última porta, onde havia uma janela bem grande no meio, com vista para onde seria a parte da frente do hotel, o vento frio me fez arrepiar, a noite é tão linda, mas, pode ser tão cruel...

Tudo me lembra ele, querendo ou não, estamos ligados, eu não sei se eu amei alguem como ele no passado? será que ele era assim?
Lindo e cruel.

Logo, senti uma presença, não estava sozinha, assim que virei pra trás, samuel acabara de aparecer.

Samuel: ia te empurrar pra você cair

Sarah: eu te puxava junto

Samuel: o que ta fazendo aqui?

Sarah: tomando um ar, estava sem sono

Samuel: hum - ele disse com indiferença

Sarah: e você? procurando alguém pra matar?

Samuel: leu minha mente?.... só estou sem sono mesmo - ele virou o rosto evitando contato visual

Sarah: deve ser muito chato viver em reuniões

Samuel: é chato pra caralho, meus pais me castigaram

Sarah: acho que eles confiavam em você, castigar não era a intenção deles

Samuel: você não conheceu meus pais...na verdade sim, mas não lembra, enfim

Sarah: conheci? - falei com nervosismo na voz, foi algo tão sério assim?

Ele assentiu com a cabeça e parou de olhar para fora, olhou para mim.

Samuel: minha mãe gostou de você. - ele sorriu sem mostrar os dentes.

Sarah: é, pelo menos isso - ri - a única imagem que eu tenho em relação a você, foi quando me abordou e eu estava com algo no bolso

Samuel: maconha - ele riu

Sarah: maconha??? - arregalei os olhos - se isso for brincadeira, nunca mais falo com você

Samuel: não estou brincando, era maconha, estava levando pra uma antiga amiga sua

Sarah: cecilia.... - me lembrava dela, e da sua prisão, mas nada envolvendo samuel.

Samuel: uhum - ele disse com um tom mais arrastado e com a voz rouca....caralho - o que vai fazer quando voltar?

Sarah: voltar pra minha rotina, e você?

Samuel: voltar pra minha rotina também - ele virou o rosto olhando para o céu

Eu queria perguntar uma coisa a ele, mas estava tensa....será que eu já beijei ele? se as coisas estavam tão sérias, talvez sim...né?

Sarah: samuel - disse como um sussurro

Ele me olhou de relance.

Samuel: hm?

Sarah: nós...já nos beijamos? - falei nervosa, quase as palavras não saíram

Samuel: muitas vezes - ele deu aquele sorriso sarcástico

Muitas vezes.
Senti um embrulho no estômago, um arrepio na espinha, tentando me lembrar de algo, um pequeno detalhe, mas, nada.

Sarah: não lembro, de nada - falei passando os dedos levemente nas têmporas

Samuel: tá tentando lembrar do meu beijo?? - ele me olhou, e riu

Sarah: não! idiota - arfei estressada

Estava sim, não consigo me imaginar beijando ele, Samuel parece tão inalcançável pra mim, tão acima dos padrões....
Ele não tirou os olhos de mim, estava ficando intimidada, com o estômago embrulhado e as palmas das mãos suadas.
Estava nervosa com a presença dele, com aqueles olhos.

Sarah: só é impossível imaginar - complementei

Samuel: por quê? - ele riu

Sarah: você é muito orgulhoso, nunca me beijaria - ri e quis voltar atrás com minhas palavras, mas não era possível

Ele me olhou, com ar provocativo e com arrogância.
E se aproximou, cada vez mais perto de mim, até sentir sua respiração, ouvi-la.
Poucos centímetros, ele chegou perto do meu ouvido, meu coração estava a mil, fiquei paralisada.

Samuel: você tem razão, não me rebaixaria - ele sussurrou e eu me arrepiei, talvez de ódio

Empurrei samuel irritada.

Sarah: seu orgulho vai te matar

Samuel apenas riu, e eu sai, passando por ele irritada e pisando com ódio, fui para meu quarto e me joguei na cama.
Ele me faz de brinquedo, acha que sou uma pequena palhaça.

O.P FLOR 2 - BOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora