Capítulo 10 - Violet Annie Diggory POV

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Minha visão está embaçada. Hoje nem a conversa com Potter me ajudou. Sob um falso pretexto de "dever de casa atrasado", corri para as masmorras antes de entrar em prantos. Ele ficou parado, vendo eu me afastar, apreensivo... acho que ele não comprou a desculpa nem por um minuto.

Me escondi na sala de poções, pois não quis entrar na comunal em crise. Disfarcei tão bem a minha mão nos últimos seis dias que não saberia nem como começar a explicar para o Andy e a Daf o que aconteceu. Ou saberia... mas sei que brigariam por mim e eu já os causei bastante problemas.

Passo a gaze umedecida pela mão trêmula ensanguentada. Meu estômago se revira pela frase ridícula cuja qual torço para não ficar tatuada na pele tão inflamada e irritada.

As poções que consegui com Madame Pomfrey acabaram e eu estou oficialmente sem desculpas para buscar mais. Não resolveram, mas ajudaram. Limpo a secreção amarelada enquanto mordo o meu lábio por conta do vazio crescente em meu peito. Não sei o que fazer ou para quem correr. Cedrico saberia como resolver.

"— NÃO QUERO, VAI ARDER! – Grito.

Levanto os braços e luto para afastar as mãos de meu irmão enquanto tento esconder a cabeça em seu peito. As lágrimas não são as únicas coisas que escorrem em meu rosto e isso me deixa cada vez mais assustada.

— Céus, Violet, me deixe limpar isto. Mamãe e papai vão ficar bravos se eu te deixar assim. – Cedrico resmunga ao tentar abrir caminho até meu rosto.

— Não quero, Ric, por favor, não, não, não. – Abraço a sua cintura com força, engasgada com o choro. 

Cedrico suspira e reprime uma nota de dor quando o aperto. O ouço soltar os objetos ao meu lado na bancada cuja qual estou sentada e me abraça, acariciando as minhas costas. 

— Se você não me deixar cuidar de você, vou ter que mandar uma coruja para o papai e para a mamãe... e aí eles vão ter que te levar para o hospital. Você não quer ir para o hospital de novo, quer? – Negocia pacientemente.

Entro em pânico. Vivia mais no hospital do que em casa, se duvidasse. Normalmente por ser incapaz de me manter quieta ou me acidentar com frequência na patinação.

— NÃO! Não quero, não deixe que me levem, Ric, por favor. N-Não conta para o papai ou para a mamãe. – Imploro, sentindo o ar faltar em meus pulmões.

— Está bem, está bem, eu não conto, eu prometo! Está me ouvindo?! Eu prometo! – Fala apressado, me abraçando com força. 

Se ele diz, é seguro. Respiro fundo e aos poucos, me acalmo.

— Pinky promise? – Pergunto com manha, desconfiada. 

O olho de soslaio e levanto o dedinho para ele. Cedrico ri e sela o acordo com o seu próprio dedo.

— Sim, assim como aquela pônei rosa do desenho que você tanto gosta. Mas você precisa me deixar cuidar de você. Vamos... – Após dois tapinhas em minhas costas, Ric me afasta. – Nini?! Levante a cabeça. – Pede.

Atendo o pedido, hesitante. Amasso a minha saia de treino manchada de sangue com nervosismo ao ve-lo analisar o machucado em minha testa.

— Não está tão ruim assim... – Comenta, mas sua expressão o entrega.

— Você mente. – Rebato. 

— Ah... não. Olha, talvez fique um pouquinho roxo... – Pigarreia. Tenta disfarçar. Coloca um pouco de soro na gaze e a passa pelo corte acima da sobrancelha. – Porque foi tentar aquele salto? – Franze o cenho, concentrado.

Rewrite: Quando os planetas se alinham (Livro 01 - RU)Onde histórias criam vida. Descubra agora