Capítulo 12 - Alya Narcisa Malfoy POV

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~ Um ano atrás ~

O dia não poderia estar mais perfeito. Não havia uma nuvem sequer no céu. Ensolarado, porém não sufocante, do jeito que amo.

Com as provas finais chegando, gosto de vir estudar sozinha no gramado quando posso. De quebra, aproveito para dar uma olhadinha nas abelhas e borboletas que decidiram aparecer com mais frequência devido o clima.

Nos últimos dias, uma pequena abelha tem vindo me visitar. Sei que é a mesma graças ao padrão de suas listras. Tem que ser!

Desvio a atenção da leitura e leio no rodapé duas pequenas frases que rabisquei noite passada.

"Perdida eu nasci, solitária me tornei.
Solitária para sempre ficarei."

"Tolice", penso. Mas quando vejo... já saiu. Algum pensamento está nos cantos das páginas.

Tiro a cabeça do livro de DCAT ao escutar um zumbido próximo.

 Olá, abelhinha. – Sorrio ao vê-la pousar em uma flor que estrategicamente coloquei adjacente a mim. – Essas provas serão difíceis, amiguinha. – Converso com a pequenina. – Está com fome?

Tiro do bolso um potinho de mel que surrupiei da mesa do café e despejo uma gotinha em meu dedo indicador. A abelha parece sentir o cheiro e logo se aproxima, pousando no dedo lambuzado.

 Está docinho este, não? – Assisto ela se banquetear.

Mergulho o dedo no potinho, sentindo água na boca só de imaginar o sabor já bastante familiar.

Olho ao redor, admirando a paisagem a beira do lago, a bons metros de distância, lógico e mais uma vez me pego deliciada com o calor.

Realmente adoro dias assim, onde sinto que as trevas e o frio são esquecidos. Por alguma razão, não gosto do escuro, do cinza no céu. Me incomoda de tal forma que sinto como se toda minha disposição fosse embora.

 Eu realmente gosto do verão. – Penso alto, perdida em pensamentos.

 Eu também.

Me sobressalto ao escutar uma voz masculina vinda de minhas costas fazendo com que a abelha se assuste, resultando em uma ferroada.

 Ai! – Exclamo de dor.

A abelha logo voa para longe, me deixando com seu ferrão fincado em meu dedo como uma grande farpa de madeira.

 Droga! – Já havia sido picada, mas tinha esquecido como doía.

 Me desculpe, não foi de propósito.

Por um segundo, a dor me fez esquecer o que me assustou. Olho para cima com dificuldade de enxergar por conta do sol.

 Aqui, me deixe ver. – O menino se agacha do meu lado e identifico o sujeito. – Posso? – Cedrico Diggory aponta para o dedo machucado.

 Pode o que, Diggory? – Pergunto ríspida. As sobrancelhas franzidas de dor.

 Me deixe dar uma olhada. – Ele indica o ferimento mais uma vez.

 Que? Não! - Coloco meu livro dentro da bolsa preta. – Você já ajudou demais.

Jogo a bolsa no ombro e me levanto depressa.

 Pare de ser boba. Me deixe ver e nem vai precisar ir até Pomfrey. – Ele diz às minhas costas.

 Além de tudo me chama de boba. – Me ofendo. Viro para dizer umas verdades. – Você me assusta, faz a abelha me picar e agora a coitada vai morrer por quê o senhor não sabe se anunciar quando se aproxima. E eu sei tirar o ferrão.

Rewrite: Quando os planetas se alinham (Livro 01 - RU)Onde histórias criam vida. Descubra agora