Arremesso a terceira ou quarta bola de pergaminho amassado no cesto de lixo.Desesperada, seguro a cabeça entre as mãos, rezando para que apareça alguma inspiração repentina. Preciso escrever o discurso para o baile. Porque sou obrigada a isso? Soa como uma piada de mau gosto.
As palavras não me faltam ao aconselhar os amigos ou fofocar, mas do contrário... tudo o que escrevo não me parece apropriado o bastante para a ocasião.
Encaro o próximo pergaminho em branco desgostosa até o meu cabelo ser jogado para frente, bloqueando a minha visão.
— Não esperávamos encontrar você sozinha. – George comenta ao se sentar junto de Fred.
— E eu certamente não esperava vê-los na sala de estudos. – Faço uma careta ao prender o cabelo em um coque. Fred leva a mão ao peito em falso choque. – Qual é a boa? – Suspiro.
Apoio a cabeça em minha mão, exausta, mas os sorrisos travessos chamam a minha atenção. Oh-oh. Franzo o cenho, relutante e abro um sorriso, desconfiada.
— Céus, o que vocês fizeram?
— Nada com que você tenha que se preocupar. – Fred cantarola.
Os meninos se entreolham e a típica cumplicidade cruzam seus rostos. Me esforço em tentar ler cada micro expressão encapetada cuja qual cansei de ver inúmeras vezes ao longo de minha vida. É óbvio que falhei. No fim, apesar ser o terror de nossos pais, costuma ser engraçado para nós, os irmãos.
— Onde estão os seus amigos? – George franze o cenho, procurando-os.
— Adivinhação. – Torço o nariz. Não sei como aguentam a Trelawney. – Quem é a vítima?!
Os gêmeos mais uma vez se conversam pelo olhar até o riso frouxo sobressair. É óbvio que aprontaram algo. Após avaliarem cada aluno preso em seu estudo nas mesas ao lado, sob os sons de penas arranhando os pergaminhos e dos cochichos, inclinam-se sobre a mesa e gesticulam para que eu faça o mesmo. Animada demais, acato o pedido.
— Vamos nos vingar de Montague e seus amigos. – Fred sussurra.
Sob os semblantes ansiosos, sinto os músculos das bochechas contraírem ao assimilar a informação e uma risada baixa é compartilhada.
— Estão falando sério?
— Ora, é claro que sim! Você não pode falar a verdade, mas também não vamos deixar que mexam com a nossa irmãzinha de graça. – George pontua ao empurrar Fred com leveza. Nosso irmão assente, determinado.
— Fora que Cedrico não deixaria isso barato. É como honrar a memória dele.
— Exceto que Ric nunca faria... o que vocês vão fazer mesmo? – Franzo o cenho.
— Surpresa! – O tom elevado mútuo arranca algumas reclamações dos alunos ao redor.
Um rolar de olhos e uma careta é o suficiente para expressarem que não dão a mínima.
— Então o Cedrico era um pouco mais sem graça do que a gente, que novidade. – Levanto as sobrancelhas em protesto e sorrio quando Fred levanta as mãos em rendição. – Ei, ei! Era um cara legal! Diplomático, carismático, respeitamos isso.
— Mas algumas coisas não podem ser resolvidas da forma convencional. – O sorriso travesso de George reaparece. – Não perca o almoço de hoje, talvez valha a pena aguentar o Carrow te entupindo de comida.
— Cara legal também. – Fred murmura ao cutucar George. – Que horas são?
— Vocês deveriam sair. – Distraído, George checa o relógio. – Hora de a gente acertar os últimos detalhes.
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Rewrite: Quando os planetas se alinham (Livro 01 - RU)
Fantasy[DRACO MALFOY][THEODORE NOTT][VIOLET DIGGORY][ALYA MALFOY] A má notícia é que a vida não é justa. A boa notícia, é que não é justa para ninguém. Quando a realidade parece ser amarga demais para suportar, Draco e Alya Malfoy, Violet Diggory e Theodor...