Capítulo 09 - Alya Narcisa Malfoy POV

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Troco o lado e cubro a cabeça com o cobertor felpudo, deixando apenas os olhos de fora. Deve ser bem cedo, pois o quarto ainda está totalmente escuro. O sol não deve estar alto o suficiente para o que os raios passem por as águas turvas do lago e chegue até as masmorras.

 
Não consegui dormir quase nada está noite. Sempre que pegava no sono, acordava assustada minutos depois. Não é novidade que eu não consiga ter um sono tranquilo, mas hoje meu recorde foi alcançado. Nem me levantei e já sinto meu corpo exausto. Dolorido.

 
Solto um suspiro pesado. Não quero encarar o dia de hoje: meu aniversário. Esse é o motivo do meu assombro.

 
Uma parte ínfima minha quer encher a cara e esquecer que não receberei a carta que me prometeram, mas a parte sensata diz para nem sair da cama, assim não terei que ver ninguém me desejando "feliz aniversário" quando não se tem nada de feliz.

 
Sei que não comemoraria ao lado dele, mas ele havia dito que me levaria para fazer um piquenique antes das aulas começarem. Lembro-me de torcer o nariz imediatamente, mas ele me prometeu que eu iria gostar. Ergo o canto dos lábios, achando engraçado como agora, eu iria com prazer a qualquer lugar, desde que fosse com ele.

 
"— Como vou viver sem você ano que vem? – Enlaço os braços ao redor da cintura de Ced, que me abraça de volta, apoiando o queixo em minha cabeça.

— Você passou esses anos todos sem mim, vai sobreviver. – Ele ri.

Me afasto para olhar em seus olhos.

— Sem graça. – Faço cara feia, voltando a colocar as luvas de jardinagem.

Estávamos nas estufas, colocando minhocas na terra para servir de adubo. Ele sabe que gosto desses seres pequeninos, então me chamou para ajudar. Pego uma e a vejo passear por minhas mãos.

— Pare com isso. – Ced vem até mim e me abraça por trás.

— Você está me atrapalhando. Saia. – Faço birra, mas realmente não quero derrubar a coitada da minhoca.

— Não faz assim, amor... – Ele beija meu pescoço que está livre por estar usando um rabo de cavalo.

Penso em me entregar ao toque de seus lábios na pele exposta. Ele foi certeiro no ponto onde sabe que me faz fraquejar todas as vezes. Me mantenho firme.

— Nem vou sentir sua falta. – Mentira. Vou morrer de saudades todos os dias.

Seus lábios sobem até a meu ouvido, sussurrando.

— Vai sim.

Tremo, me arrepiando."

Passo os dedos no pescoço, o sentindo ainda tão presente.

"Tento não ceder a seu joguinho, me concentrando no oficio que havia me designado.

— Eu prometo escrever cartas todas as semanas. – Agora seu tom é firme, indicando que a brincadeira acabou.

Devolvo o pequeno anelídeo para a terra.

Não quero pensar nos anos que ainda tem pela frente sem Cedrico, mas também não quero pensar no que vai ser de nós quando eu finalmente me formar e meu pai me obrigar a casar com alguém. Pelo andar da carruagem, Blaise e o retardado do Theo Nott são os candidatos mais fortes. Ou Ashe talvez...

Meu lábio inferior treme, um indicativo de choro vindo. Por que tinha que ser tudo tão complicado?

Balanço a cabeça, limpando a mente. Tenho tempo até lá para ver o que farei quando tiver que tomar alguma decisão.

Rewrite: Quando os planetas se alinham (Livro 01 - RU)Onde histórias criam vida. Descubra agora