Capítulo 17: (DES)AJUSTES

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17. (DES)AJUSTES (PARTE I)


Aconteceu algo sério com Edward e ele não quis me contar. Eu não lembrava de vê-lo naquele estado desde... nunca. Mostrei que eu estava ali, para ele. Dei meu corpo e alma cheios de amor, o sentimento mais poderoso do mundo, que nos ajuda a ficar fortes e seguir adiante.

Queria confortá-lo e mostrar o quanto ele era especial para mim. Sei que ele relaxou e que era o que precisava naquele momento. Já fizemos isso antes, mas não foi tão intenso. Aquele papo de gravidez realmente fazia sentido, e eu certamente teria engravidado ontem se não estivesse me cuidando.

Vesti minha calcinha que estava embaixo do travesseiro dele e procurei a blusa pelo quarto. Ele não estava mais na cama. Levantei e Edward estava colocando nosso café, cheio de olheiras. Parecia ainda mais cansado do que ontem.

Olhei para ele da porta da cozinha e ele me viu, distraidamente piscou para mim.

-Não dormiu de novo? - estranhei.

-Não. - ele falou secamente e eu me aproximei para abraçá-lo. Ele estava tenso como ontem, e eu estranhei porque depois que nos libertamos na noite anterior, ele deveria ficar mais relaxado.

-Talvez deva procurar o Dr. Masen?

-Não precisa, venha tomar café. - ele sorriu de lado, e eu o olhei torto.

-Qual é o problema, Edward?

-Vamos...tomar café antes, por favor? - ele respondeu, impaciente.

-Tá, mas eu vou querer saber depois.

Ele fez ovos com bacon para mim e o café teve como trilha sonora um silêncio irritante. Edward estava andando de um lado para o outro na sala e eu fui tomar um banho esperando que ele me contasse logo o que tinha acontecido de tão grave. Quando ele viu que não tinha mais saída, se juntou a mim na mesa da varanda da entrada de nossa casa.

Seus olhos estavam mais escuros do que nunca, e isso era muito estranho porque eu não estava muito acostumada com o verde acinzentado.

-Fala logo. - comecei a ficar irritada também, sem saber exatamente o que fazer para ajudar.

Quando ele sentou, olhava para o muro de casa e eu percebi que estava com um cigarro aceso. Isso sim era estranho. Eu diria, assustador. Ele estava indo muito bem, e agora parecia nunca ter largado o hábito.

- Eu preciso que você me prometa uma coisa, antes de começar. - ele tragou.

-Sim?

-Não vai me julgar antes de saber meus motivos.

-Sobre o que estamos falando exatamente?

-Calada, Isabella. - ele soltou a fumaça e falou sério, e eu fiquei quieta. Não lembrava mesmo de vê-lo tão nervoso antes. A não ser quando... me pediu em casamento. Eu já estava assustada.

Ele continuou fumando por algum tempo em silêncio, parecia querer criar coragem para falar. Comecei a cogitar o que deveria ser, e só lembrava do pedido de casamento. E do relacionamento difícil com seus pais. Meu coração pulava enquanto eu esperava.

- Esse fim de semana não foi nada fácil. - ele tragou de novo. - meu pai e eu... nós brigamos.

Eu continuei prestando atenção, e ele me olhou para ver se eu estava acompanhando.

-Ele quer que eu antecipe uma atitude que eu nunca quis tomar.

Arqueei minha sobrancelha e ele soltou a fumaça novamente.

Memories (Truth or Dare?)Onde histórias criam vida. Descubra agora