A todo momento eu tentava esquecer aquilo, não levantar falsos testemunhos, e dar a ela alguma alegria em meio a tanta tristeza. Aquele dia não ia sair tão fácil da minha mente. Aquela conversa foi abominavelmente essencial para eu tomar mais uma decisão sobre o meu futuro.
– Boa tarde, Sr. Laurant.
–Boa tarde, Cullen. Como vão seus pais?
–Devem estar bem.
Olhei para o delegado sem saber exatamente o que ele queria, já que me fitava tanto.
–O senhor precisa de alguma coisa? – perguntei, incomodado.
–Na verdade, gostaria de ter uma palavrinha com o senhor.
–Comigo? Sobre o que?
–Eles.
Eu tinha muito que fazer, mas tive que marcar uma reunião na minha sala. Não era todo dia que um delegado tinha algo a falar contigo. Bocejei de tédio, mas resolvi atende-lo antes de ir para casa.
–Lembra quando perguntou sobre os pais do menino que está aqui, o JK...
–Jacob?
Ele confirmou. Eu esperei que continuasse a falar, mas sua cara me deixou com mais dúvidas, na verdade. Odiava aquela enrolação.
–Então... o que tem eles?
Laurant me encarou misteriosamente. Após alguns segundos, pegou sua pasta de arquivos e a colocou fechada sobre a mesa. Eu o examinei e comecei a não entender mais nada. Estava simplesmente à minha mesa, com ele, e uma bolsa misteriosa entre nós. Continuei a olhar, esperando que ele dissesse algo.
–Tudo o que sabemos está aí.
Eu então tomei a liberdade de abrir sua pasta, pois aquela conversa estava ficando muito estranha. Ao pegar o primeiro recorte de jornal, vi uma foto de um homem conhecido. Na notícia, dizia "Carpinteiro desaparecido". Era o pai de Jacob. Olhei a data do recorte, era de alguns meses atrás. Fiz uma rápida conta mental e notei que correspondia, talvez, ao período quando salvei o menino e pai. A notícia era de um jornal provavelmente de algum bairro, em La Push.
Peguei as outras notícias, todas de pessoas desaparecidas. A maioria era de Washington, mas várias, não.
–Eu não entendo. O que quer dizer?
–Você deve saber. – ele olhava para mim fixamente, com os cotovelos apoiados à mesa, mãos cerradas no queixo, enquanto eu era interrogado. - Vamos até o fim nisso.
Eu continuei olhando as notícias e alguns dados criminais junto com fichas, tentando entender o que aquilo tudo significava.
Algumas fotos eu reconheci. Eram de corpos mutilados que foram levados ao hospital para análise. Outras eram fotos de feridas de vítimas da estrada. A estrada da zona vermelha onde Isabella estava quando a encontrei.
Olhei até o final, quando achei, por fim, duas notícias de mais de dez anos atrás. Uma falava sobre a morte de um menino. A outra, de uma mulher. Eu os reconheci na hora. Eram os dois que morreram junto de mim, quando criança. Os dois casos que me traumatizaram pelo resto da vida, mas que também foram responsáveis pela minha carreira.
Laurant ainda me olhava, e eu tentava desesperadamente conectar aquilo tudo.
–Então a polícia descobriu quem está por trás disso?
O delegado se aproximou de mim, como se quisesse cochichar algo óbvio.
–Acho mesmo que seus pais devem me procurar, já que têm uma grande dívida com esse estado. – ele gesticulava apontando a largura da pilha de papeis. - Não concorda comigo, Edward Cullen?
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Memories (Truth or Dare?)
FanfictionA jovem Isabella perdeu a memória. Após passar dias vagando fraca e sem rumo por florestas e estradas desertas, o misterioso Edward salva sua vida. Ele lhe oferece abrigo em sua cabana secreta, e aos poucos os dois descobrem em uma inocente e leal a...