Capítulo 9: FELICIDADE

710 30 6
                                    

9 . FELICIDADE


Eu estava na estrada deserta de novo. Eles voltavam atrás de mim, com a mesma sede de sangue de antes. Seus rostos estavam cobertos. Virei o meu para me proteger, mais eu senti. Eles encostaram em mim. Imediatamente, berrei, sufocada. Era como se a presença deles tirasse todo o ar que eu tinha em meus pulmões. Tentei gritar pela última vez, e senti sua mão. Estava bem ao meu lado, como sempre.

–Não!

–Calma, Isabella, não grita! Sou eu!

Pela segunda vez, minha respiração demorou mais do que o normal. Tentava puxar o ar pela boca, mas não conseguia. Era como se meu nariz e lábios estivessem bloqueados, e o ar, preso também.

Edward logo percebeu que algo estava errado, e me levantou da cama apoiando sua mão nas minhas costas. Ele não conseguia controlar minha respiração da maneira que fez da última vez, então massageou minha coluna, enquanto me dizia para continuar respirando e não ficar nervosa. Como se fosse possível. Balançava meu corpo para frente e para trás na cama. Depois de longos minutos que mais pareceram uma eternidade, finalmente consegui começar a controlar minha respiração.

Ele não desgrudou de mim nem um segundo sequer. Nunca o fazia. Só quando viu que eu já estava controlada foi que levantou rápido para pegar água. Assim como nos primeiros dias em que ele cuidava de mim, ainda levava o copo na minha boca, sempre o mais calmo possível e sem tirar os olhos do meu rosto.

Ele checou minha temperatura e pegou no meu pulso mais de uma vez, tentando senti-lo.

–Pensei que ia morrer. – disse a ele, bem baixo, olhando profunda e completamente emocionada em seus olhos.

–Não vai morrer. –ele beijou minha testa gentilmente.

–O que aconteceu comigo?

–Foi um pesadelo. Já passou. Acalme-se. Está muito ansiosa.

E de repente, era como se um raio tivesse me atingido.

–Edward! – virei e segurei em seus ombros.

–Fale.

–Eu faço dezoito anos dia treze de maio!

–Você lembrou? – ele sorriu como se eu estivesse contando algo engraçado, e me abraçou tanto que achei que ia ficar sem ar novamente. Cravou a mão esquerda dentro do meu cabelo e a outra pousava na minha cintura, me prendendo contra ele num de seus maiores abraços até hoje. – Isso é ótimo, Isabella.

–Tive aquele pesadelo de novo... – falei com o rosto em seu peito. – minha cabeça está girando.

– Vai passar. Você vai ficar boa. – ele sorriu, me soltando e olhando para mim.

Seus olhos exalavam mais confiança do que nunca. Sua segurança era tamanha que eu precisava senti-la também. Eu não queria mais ficar sozinha.

–Edward, posso dormir assim, contigo? – mais calma, comecei a me sentir ridícula por tê-lo pedido isso. Afinal, já dei tantas voltas nele que a qualquer momento acho que vai desistir até de falar comigo.

–Na minha cama ou na sua? – ele me olhou espantando, mas logo sorriu como um bobo.

–Na minha, a sua parece dura e minha bunda ainda dói. – esbocei um sorriso em cumplicidade, e ele se deitou comigo, sem desfazer o abraço.

Não o deixei desgrudar de mim. Coloquei meu braço na cintura dele e pus a mão nas suas costas. Ele fazia o mesmo, mas subiu sua mão para perto do meu rosto e começou a fazer carinho na minha cabeça, perto da orelha.

Memories (Truth or Dare?)Onde histórias criam vida. Descubra agora