Cap 16

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- Besta é? - Disse parando de rir, ficando com uma expressão séria. - Agora você vai pagar por isso. - Falou me olhando com raiva, começando a caminhar lentamente na minha direção.

- O quê? - Pergunto ficando assustada com a expressão dele, depois eu começo a correr pelo quarto. - Para com isso.

- Não, você vai pagar por isso, ninguém me chama de besta e fica empune. - Disse começando a correr na minha direção.

Eu dou um gritinho, tentando o máximo possível ficar longe dele, mas ele foi mais rápido, me agarrou pela cintura, depois me colocou deitada na cama, me imobilizou ficando por cima de mim, fazendo um sorriso gigantesco aparecer nos meus lábios.

- Retira o que você disse. Se não você pagará por isso.

- Não vou retirar nada. - Digo rindo.

- Foi você quem pediu então. - Disse começando a me fazer cócegas, eu comecei a rir, me contorcendo debaixo dele, que não tirava suas mãos das minhas costelas. - Retira.

- N...Nã...Não. - Falo entre o riso.


- Mesmo se eu fizer isso? - Perguntou pegando um dos meus pés começando a fazer cócegas nele.

Isso só aumentou meu ataque de risos, eu comecei a ficar sem fôlego, sinto minha barriga doer, eu já não aguentava mais, meus lábios já estavam ficando dormentes.

- Tudo...bem...eu...eu retiro o que eu disse. - Falo não aguentando mais rir, então ele parou de fazer cócegas, me dando um sorriso vitorioso.

Quando meu ataque de riso parou, ele ainda segurava minha perna, o sorriso dele também foi se desfazendo, ele começou a massagear meus pés, fazendo eu dar um suspiro de satisfação.

Ele me beijou, seus lábios me beijavam intensamente, as coisas foram acontecendo naturalmente, nossas bocas exploravam um ao corpo do outro, não sei quando exatamente nossas roupas caíram pelo chão do quarto, mas fizemos amor naquela noite e foi uma das melhores noites da minha vida.

~~~

Acordo sentindo um par de olhos me observando. Quando me viro, vejo Thales me olhando, ele parecia estar babando por mim, percebendo que eu estava o encarando, ele sorriu lindamente, fazendo meu coração derreter.

- Bom dia. - Eu falo retribuindo o sorriso.

- Bom dia linda. - Disse me dando um selinho demorado.

Eu resolvi não arriscar um beijo, pois acordei agora, eu devo estar com mal hálito e descabelada. Pensar nisso, fez eu esconder meu rosto no travesseiro.

- O que foi? - Thales perguntou passando a mão pelo o meu cabelo.

- Eu devo estar horrível. - Digo com voz abafada por causa da almofada.

- Você está linda, você é sempre linda. - Disse me fazendo o olhar, sinto meu coração acelerar vendo sinceridade nele.

- Você também é lindo. - Falo o fazendo sorrir mais largamente.

Fomos interrompidos pela porta abrindo, ele estava só de cueca, enquanto eu estou completamente pelada.

Puxo a coberta para cobrir nós dois, olhando minha irmã entrar no quarto, o rosto dela ficou vermelho percebendo que estávamos pelados.

- Desculpa entrar assim, é que quero fazer compras com você, eu não quis atrapalhar estou te esperando na cozinha. - Falou saindo rapidamente do quarto, sem esperar uma resposta.

- Eu vou tomar banho. - Digo me levantando.

Porém, Thales segurou meu braço o puxando, fazendo eu deitar em cima dele. Ele começou a me encher de beijos, beijando minha testa, minhas bochechas, meu queixo e por último minha boca.

- Preciso me arrumar ou você quer a minha irmã aqui de novo? - Digo indo me levantar, mas ele me impediu segurando minha cintura.

- Duvido que ela volte depois do flagra. - Falou descendo os beijos para o meu pescoço.

O que está acontecendo com esse homem? Da onde veio esse fogo todo? Não que eu esteja reclamando.

Nem louca eu iria reclamar de um homem lindo desses, me beijando, me agarrando, porém eu fico com medo.

As coisas estão indo bem até demais, parece ser uma acalmaria antes da tempestade, também não faço ideia dessa coisa que está rolando entre nós.

Obviamente, não é fingimento, pois não tem ninguém aqui além de nós dois, mas nosso namoro não é de verdade.

Então o que temos é uma ficada? De uma noite só ou um final de semana? Será que é nossa abstinência?

Estávamos há muito tempo sem transar e vimos uma oportunidade de nos divertimos e acabou acontecendo?

Nós não planejamos nada disso, aconteceu naturalmente, não me arrependo do que fizemos, mas isso não impede que a situação fique ainda mais complicada.

~~~

Depois de um café da manhã reforçado com direito a vários beijos de Thales, ele não consegue mais ficar perto de mim sem me tocar ou me beijar.

Eu solto um suspiro alto, tentando parar de sorrir, mas era impossível, eu já estava sentindo minhas bochechas dormentes, mas eu não conseguia parar, eu estou muito feliz e está sendo impossível esconder isso.

- Você parece mais feliz. - Minha irmã falou.

Luiza estava escolhendo uma lingerie, que custa mais que meu salário de professora. Na verdade tudo naquela loja era caríssimo.

- Eu estou mesmo. - Digo admitindo. - Mas como você sabe disso?

- É só olhar para a sua cara, você não para de sorrir e dar suspiros. - Disse escolhendo uma lingerie preta de renda. - Está com cara de boba apaixonada ou está se apaixonando.

- O quê? Eu não estou...- Falo me interrompendo, arregalando os olhos.

Sinto um pânico me dominar, quando chego a conclusão que ela está certa, eu estou me apaixonando pelo Thales.

Como não conseguir notar isso? Nosso relacionamento é de mentira. Como pude ser tão burra para deixar isso acontecer? Por que só gosto de homens que não tenho a menor chance?

Segunda-feira nosso acordo acaba, ele vai voltar a ser somente meu amigo ou talvez as coisas fiquem estranhas para voltar a amizade, já que ultrapassamos todos os nossos limites quando fizemos sexo.

- Não precisa entrar em pânico, ele é seu namorado. - Minha irmã falou me olhando como se eu fosse louca.

É porquê você não sabe da história toda querida, se não, estaria surtando comigo, ela não percebendo meu surto mental, continuou.

- Essa lingerie está sexy? Se eu usar isso. Vou ficar atraente?

- Por que está preocupada com isso? Vocês vão casar. - Digo a olhando incrédula. - Bernardo vai ficar mais preocupado em tirar sua roupa íntima e não notar o que está vestindo.

- Será que pode me emprestar a camisola de fazer amor? - Perguntou mordendo o lábio inferior, nervosa. - É que funcionou bastante para você.

- Eu não usei aquilo. - Falo dando uma estremecida, sinto um calafrio se apoderar de mim só de pensar na possibilidade de vestir aquela camisola. - E não entendo o motivo de você querer usar isso.

- É que faz meses que o Bernardo não comparece. - Falou me fazendo arregalar os olhos de surpresa.

- O quê? - Eu pergunto incrédula pelo babado.

- Faz cinco meses que não transamos. No começo eu tentava sabe? Eu fazia um jantar gostoso, colocava uma música romântica, me arrumava, colocava uma camisola sexy, usava meu melhor perfume e ele dava desculpas que estava cansado do trabalho, que meu pai queria que ele se esforçasse mais, tinha dias que ele chegava muito tarde do escritório.

- Ele pode estar te traindo. - Falo a olhando tristemente.

- Não está. - Afirmou com veemência. - Eu fico olhando o celular dele quando está dormindo, também coloquei um rastreador para saber onde ele está e sempre está no escritório. As vezes eu acordo de madrugada, ele não está ao meu lado, então vou até o banheiro e vejo ele se masturbando.

- Ele prefere se masturbar ao invés de fazer sexo com você? - Falo incrédula, fazendo os olhos dela se encherem de lágrimas.

- O que tem de errado comigo? - Perguntou chorando de soluçar.

A minha única reação foi de abraçar ela, que colocou a cabeça no meu pescoço, chorando mais ainda.

- Não tem nada de errado com você. - Falo dando tapinhas nas costas dela, a reconfortando. - É ele quem está sendo esquisito. Talvez seja viciado em pornografia, já ouvir que homens assim estão tão viciados nisso que preferem se satisfazerem sozinhos, então nesse caso quem tem problema é ele e acho que deveria se tratar também.

- Não é pornografia. - Disse me olhando seriamente. - Um dia desses, eu tomei coragem para chegar até a brecha da porta do banheiro para olhar melhor ele se masturbando, mas eu vi algo que foi nojento e horrível.

- O que você viu? - Pergunto curiosa.

- Ele estava olhando sua foto enquanto se masturbava. Eu acho que ele sente atração ou algum fetiche por você.

- O quê? - Eu falo enjoada. - Isso é muito nojento, eu não fazia a menor ideia, isso é horrível e asqueroso.

- Ele se tocava olhando sua foto, gemia seu nome, foi uma cena bastante perturbadora para mim. Tive que ficar um bom tempo tentando me acostumar com essa realidade, ele não transava mais comigo nessa época, então foi fácil esconder o nojo, pois se ele tentasse algo eu iria jogar a merda no ventilador.

- Por que você não terminou?

- Por que ele já assinou um contrato para assumir a empresa, acho que foi a única explicação dele ter me pedido em casamento. Eu não posso romper o relacionamento agora, eu não tenho escolhas a não ser me casar, isso vai muito além de noivado, tem também um contrato inquebrável, o futuro da empresa dos nossos pais.

- Isso está parecendo um casamento arranjado.

- Podemos dizer que é mais ou menos isso mesmo. - Ela admitiu limpando as lágrimas.

- Você vai se sacrificar pela empresa? Vai passar o resto da sua vida com um homem doente, que sequer toca em você? Porque sinceramente, ele não regula bem da cabeça para se masturbar olhando a foto da sua irmã ao invés de transar com a própria noiva dele.

- Eu não tenho escolhas, Gabi e isso me mata por dentro. - Falou voltando a chorar.

- Vem aqui. - Digo abrindo os braços, a abraçando apertado, enquanto ela desabou em meus braços.

~~~

Nós voltamos para a casa dos meus pais, a sala estava vazia, exceto por Bernardo, ele me olhou dos pés a cabeça, fazendo eu encolher perante seus olhos maliciosos.

Puxo desconfortável o máximo que posso meu short jeans branco para baixo, numa tentativa falha de esconder minhas pernas desnudas.

É impressionante o quanto meus sentimentos mudaram, outrora eu sentia um amor por ele, agora eu não sinto mais nada, a única coisa que sinto por ele é nojo.

Depois das últimas revelações que tive, eu nunca sentir tanto asco por alguém igual estou sentindo por ele nesse momento.

Estou começando a me questionar qual era o meu problema por sentir alguma coisa por esse cara, eu devia estar louca, mas agora minha sanidade está voltando.

- Oi amor. - Disse indo beijar minha irmã, que se esquivou, ela foi embora sem olhar para ele, que fez uma expressão confusa. - Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa no dia de compras de vocês? - Perguntou direcionando seus olhos pretos para mim, recebendo silêncio de resposta.

- Eu vou para o meu quarto. - Digo indo na direção das escadas, mas sou impedida por ele, que segurou fortemente meu braço. - Larga o meu braço, não me toca. - Falo demonstrando todo o nojo que estou sentindo por ele.

- Por que está com nojo de mim? O que eu fiz para você? - Falou a cada palavra apertando mais ainda meu braço.

- Não encosta em mim. - Digo tentando me desvencilhar dele, porém o seu aperto era forte demais sendo impossível me afastar.

- Eu acho que já passou da hora de termos uma conversinha. - Disse passando seus dedos pelo o meu rosto, enquanto me encarava com uma expressão sinistra.





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