Cap 15

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( Oi, tudo bem? Esse capítulo ficou enorme, então decidi postar por partes. Boa leitura.)

Eu estou sentada numa mesa repleta de comida, todos estavam sentados para desfrutar do churrasco, o cheiro era maravilhoso, de arroz, farofa, molho acompanha, as carnes grelhadas, pão de alho e tinha até abacaxi.

Porém, nada daquilo me interessava, eu não estava com fome, acho até que eu não conseguiria comer mesmo se eu quisesse.

Vejo Thales que estava sentado ao meu lado, seu corpo estava tenso, suas mãos por debaixo da mesa estavam cerradas, ele mantinha uma expressão neutra no rosto, mas seus olhos demonstravam raiva, irritação e uma tristeza enorme.

- Vocês não vão comer? - Minha vó perguntou pegando um dos pratos vazios. - Não precisam ficar tímidos e nem fazerem cerimônia.

Ela falou colocando um pouco de cada coisa da mesa, fazendo um prato digno de vó e colocando na frente de Thales, que apenas forçou um sorriso agradecido.

- Tem comida suficiente para todos. - Completou ela dando um sorriso amável.

Depois fez um prato igualmente exagerado para mim e colocando na minha frente.

Eu queria dizer que não estava com fome, queria dizer que eu não conseguiria comer tudo aquilo mesmo se eu quisesse, porém, soaria como desfeita, então resolvi imitar o Thales dando um sorrisinho agradecida e começo a me forçar a comer.

Depois que engolir o prato inteiro de comida, eu estava sentindo que estava prestes a explodir, quando minha mãe surgiu com sorvete de morango e pavê de chocolate.

Vejo minha irmã servindo sorvete para Bernardo, depois ele ofereceu uma colherada para ela, que sorriu provando o sorvete e depois ela o beijou.

Aquilo estava embrulhando tanto minha barriga, que estava sentindo vontade de pôr tudo o que comi para fora.

Eu estava olhando os dois fixamente, que sequer percebi Thales colocando um pedaço enorme de pavê na minha frente, depois estendeu uma colher de sobremesa para mim.

- Eu já estou tão cheio que até respirar dói. - Falou me dando um sorriso lindo. - Quer dividir a sobremesa comigo?

- Quero, obrigada. - Digo indo pegar uma colherada, mas ele me serviu da própria colher estendendo o doce para mim.

Eu como a sobremesa, sentindo meu rosto corar, fecho os olhos, sentindo o gosto de chocolate, acho até que dou um suspiro, pois estava muito bom, quando abro os olhos, vejo ele encarando minha boca.

- O que foi? - Pergunto ficando constrangida.

- Está sujo aqui. - Falou passando um dos dedos no canto da minha boca.

Nossos rostos ficaram a centímetros de distância. Sinto todos os olhares da mesa direcionados em nós, porém a minha atenção foi toda para Thales, ele encostou nossos lábios em um beijo doce, era lento, carinhoso e com gostinho de pavê de chocolate.

Quando nos afastamos, escuto todos darem palminhas e assobios, fazendo eu ficar com tanta vergonha que acabei escondendo meu rosto no pescoço dele.

- Você é muito linda. - Disse fazendo meu rosto esquentar mais.

- Desculpa pelo o que eu disse mais cedo...- Thales me silenciou, encostando nossos lábios novamente só que dessa vez num selinho demorado.

Escuto uma cadeira sendo arrastada, o barulho alto, interrompeu nosso clima. Quando olho para frente, vejo Bernardo nos encarando seriamente, ele estava muito aborrecido, depois entrou para dentro de casa, deixando todos confusos pela sua explosão repentina.

- Eu vou falar com ele. - Minha irmã falou, dando um sorriso sem graça e foi atrás dele.

Decidimos terminar nossa sobremesa, entre vários beijos e sorrisos. Meu coração se acalmou percebendo que tínhamos voltado ao normal, que aquelas merdas que eu tinha falado não tinha estragado tudo entre nós.

Pela primeira vez em muito tempo, eu consegui me divertir, sem sequer lembrar da existência de Bernardo, embora estamos na mesma casa, sequer voltei minha atenção para a cadeira dele, sequer fiz questão de saber se tinha voltado para a mesa ou se tinha ficado em algum lugar com a minha irmã.

Eu curtir meu momento com Thales, percebi que ele me fazia sorrir, me fazia bem estar ao lado dele, que eu sentia falta dos seus dedos quando não estava me tocando e que ansiava a cada momento para seus lábios encontrarem os meus.

Foi uma tarde divertida, um pouco constrangedora quando minha mãe sismo de mostrar fotos de quando eu era bebê e criança.

- Aqui está ela tomando banho de banheira, só tinha dois anos nessa foto. - Minha mãe falou mostrando uma das fotos do álbum para ele.

- Que fofa. - Thales falou olhando atentamente a foto.

- Mãe, já chega. - Eu digo pegando o álbum da mão dele, fechando, para que parasse de olhar aquelas fotos constrangedoras. - Acho que já deu de me fazer pagar mico.

- Tudo bem. - Ela falou tomando o álbum da minha mão. - Mostro o resto das fotos depois.

- Vou estar ansioso para ver o resto. - Disse me dando uma piscadela provocador, fazendo minha vergonha aumentar.

- Com que cara vou olhar para você agora? - Pergunto encarando meus próprios pés.

- Foi legal ver você criança toda lambuzada de lama, ver você pelada tomando banho e não devemos esquecer de você chorando usando fraldinha foram imagens bem fofas.

- Cala a boca. - Digo emburrada, cruzando os braços.

- Hey. - Disse pegando meu queixo, o levantando, fazendo eu olhar seu rosto, mesmo contra a minha vontade. - Isso não muda nada. Eu gostei de ver uma parte da sua infância que eu não conhecia, ver você pequena faz eu perceber o quanto você mudou se transformando nesse mulherão que é hoje. Você quando era criança era fofa e hoje em dia você é linda, gostosa e...- Não conseguiu terminar a frase, pois minha avó se aproximou de nós.

- Devem está cansados da viagem, venham descansar, vou mostrar o quarto de vocês. - Falou andando na nossa frente.

Thales entrelaçou nossos dedos, segurando minha mão o percurso todo. Eu sabia que era um gesto simples, mas para um casal significava muita coisa. Acabei me assustando quando percebi o quanto eu adorava ser tocada por ele.

Subimos as escadas, entrando no meu quarto, foi então que percebi algo importante só tinha uma cama.

- Vó, só tem uma cama. Onde Thales vai passar a noite?

- Aqui com você. Foi por isso que substituímos sua cama de solteira para casal. Você vai dormir com o seu namorado. - Falou me deixando incrédula.

- Como é que é? - Pergunto perplexa.

- Não faça essa cara, querida. Conheço muito bem os jovens de hoje em dia, ninguém espera mais para dormirem juntos e não tem problema nenhum nisso. Se prevenindo, tendo permissão, não tem problema algum, inclusive...- Disse me dando uma piscadela maliciosa.

Olho incrédula para Thales, que parecia mais envergonhado que eu.

- Essa camisola. - Disse pegando uma camisola do meu closet. - Ficou conhecida na família por ser a camisola de fazer amor, foi usando ela que tive seu pai. - Disse sonhadora, dando um sorriso gigantesco como se tivesse recordando aquela noite.

- Eu não quero saber sobre isso. - Digo horrorizada. - E não quero essa camisola também.

- Que bobagem, está lavada e muito bem conservada. - Falou jogando a roupa em cima da cama.

- Não, não joga isso na cama. - Falo tarde demais, vendo o tecido caindo bem no meio da dela.

- Divirtam-se e não façam nada que eu não faria. - Disse dando uma piscadela maliciosa e foi embora.

Olho para Thales que estava dividido entre a incredulidade e um ataque de risos. Porém, vendo meu espanto, resolveu dizer alguma coisa.

- A sua avó é uma peça. - Disse dando de ombros, fazendo pouco caso daquilo.

- Ela sismo que tenho que dar um neto para ela. - Falo lembrando daquela ligação desagradável. - Tem que pedir netos a minha irmã que vai casar depois de amanhã. - Completo olhando a para a cama, lembrando da camisola, fico apavorada e começo a gritar para Thales. - Tira a camisola da cama, tiro isso daí.

- Eu estou tirando. - Falou gritando igualmente desesperado, pegando o pijama rapidamente e depois ficou dando uma boa olhada. - Não me admira que seja a camisola de fazer amor, isso é preto, de renda, transparente, dar para ver a lingerie ou ver pelada se não tiver usando nada por baixo, sinceramente, isso sequer dar margem para a imaginação, qualquer homem que visse a mulher usando isso transaria com ela na hora. - Disse jogando a camisola em cima de mim.

- Ah. - Eu grito assustada, pois não estava esperando essa reação dele. - Tira isso de mim. - Falo desesperada jogando a camisola longe, que caiu na cadeira da escrivaninha.

Olho para Thales aborrecida, que riu alto pelo meu ataque de desespero, depois que a raiva passou, até eu comecei a rir disso.

- Seu besta. - Falo ainda rindo, mas eu estava com raiva.

- Besta é? - Disse parando de rir, ficando com uma expressão séria. - Agora você vai pagar por isso. - Falou me olhando com raiva, começando a caminhar lentamente na minha direção.



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