Eu tento me desvencilhar puxando meu braço, porém Bernardo segurou meu braço apertando mais, fazendo eu gemer de dor.
- Solta o meu braço, eu não quero falar com você. - Digo ficando nervosa.
- Eu não vou deixar você sair, enquanto não contar tudo o que venho guardando comigo em todos esses anos. - Disse me arrastando para uma parede mais próxima, depois me imobilizou utilizando o próprio corpo, me prendendo ali.
Direciono meus olhos em todas as direções, em busca de alguém que pudesse me ajudar não encontrando ninguém.
Onde estava todo mundo? Minha avó, minha mãe, meu pai, o Thales? Se bem que até minha prima Camila serviria numa hora dessas mesmo ela sendo detestável, eu ficaria feliz se rever ela fosse o suficiente para esse maluco pervertido me soltar.
- Deve estar pensando cadê todo o mundo? - Disse numa voz suave, calma.
Ele começou a fazer carinho na minha bochecha, engulo em seco, percebendo o quanto ele estava fora de si, então resolvi permanecer calada.
- O seu namoradinho e o resto da sua família saíram para jogar golfe, seu pai quis ensinar o esporte para o seu namorado, eles devem estar no campo agora.
- O que você quer de mim? Deixa-me em paz. - Digo começando a chorar.
Droga, eu não deveria estar chorando, isso demonstra fraqueza, demonstra que o seu joguinho doentio está fazendo efeito, que estou ficando com medo, que estou desesperada, isso é verdade, mas eu não deveria deixar isso evidente.
- Não chora. - Disse enxugando minhas lágrimas. - Eu não vou machucar você, se você se comportar.
- A minha irmã está em casa, eu vou chamar a Luiza. - Falo prestes a gritar, quando ele colocou a mão na minha boca, me impedindo de fazer qualquer coisa.
- Agora você vai ficar calada. - Disse apertando mais a mão na minha boca ao ponto de ficar desconfortável.
Isso aumentou tanto meu desespero, que comecei a chorar mais ainda, eu estou com medo dele.
- Você fica até mais linda assim quietinha e eu pensando que você não poderia ficar mais bonita. - Disse beijando minha bochecha.
Enquanto as minhas lágrimas ainda escorriam, vejo seus lábios molhados pelas as minhas lágrimas que fez questão de lamber o líquido salgado, fazendo meu nojo por ele aumentar, percebendo minha expressão de asco, resolveu acrescentar.
- Não faça essa cara, são suas lágrimas mesmo. - Disse revirando os olhos.
Olho para a porta da frente na esperança de alguém aparecer, mas sinto meu coração bater acelerado, meu desespero aumentar, quando chego a conclusão que ninguém vai me socorrer.
- Vamos voltar a época que éramos melhores amigos. Eu sabia que você era apaixonada por mim, eu sempre soube. - Falou fazendo eu arregalar os olhos.
Eu realmente pensava que ele não fazia a menor ideia dos meus sentimentos, que eu conseguia esconder bem, fico chocada com essa revelação.
- Eu não queria destruir nossa amizade por algo que eu não sabia se era recíproco, pois eu sempre enxerguei você como amiga.
Sinto meu coração apertar com essas palavras, eu deveria ter tentado o superar desde daquela época.
- Devo confessar que mentir, quando disse não me lembrar daquela noite, que não recordava dos nossos beijos, a sua declaração de amor me pegou desprevenido, como tinha contado não a via como mulher para relacionamento, só amizade.
Então quer dizer que ele mentiu para mim? Que ele se lembrava perfeitamente daquela noite, que sempre soube o motivo do meu afastamento esse tempo todo.
- Mas depois daquele dia, meus sentimentos por você começaram a mudar. Eu comecei a desejar você, mas você resolveu me afastar, sequer olhava mais na minha cara, passou a me evitar, sequer me queria mais perto de você nem como amigo.
Ele acariciou minha bochecha, enxugando minhas lágrimas, antes de continuar.
- Isso me destruiu, eu fiquei péssimo por muito tempo por ter perdido minha melhor amiga e agora a garota que eu gostava romanticamente.
Ele me olhou demonstrando toda sua paixão doentia, ele está completamente louco, pelo jeito que estar tem coragem de fazer qualquer coisa comigo, fazendo eu ficar preocupada, pois preciso arranjar um jeito de escapar dessa.
- As suas rejeições só foram fazendo eu passar a sentir uma fixação por você, um sentimento estranho se apoderou de mim, então eu resolvi me aproximar de você através da sua irmã. - Disse fazendo eu arregalar os olhos apavorada.
Sinto meu coração acelerar, enquanto o pânico se apoderou de mim, quando chego a conclusão das suas palavras.
- Sim, não entendeu errado, eu só comecei a namorar sua irmã para ficar próximo de você.
Revelou fazendo minhas pernas fraquejarem, ele aumentou o aperto equilibrando meus pés, pois eu não tinha mais condições de continuar de pé.
- Eu queria saber todos os seus passos, o que fazia nos seus tempos livres, queria ficar perto de você doze horas por dia igual fazíamos antigamente.
Admitiu dando um sorriso psicótico, fazendo todos os pêlos do meu corpo se arrepiarem de pavor.
- Mas você foi aceita numa das melhores faculdades do Rio de Janeiro, se mudou para outro estado e tive que aguentar sua irmã durante todos esses anos.
A voz dele ficou mais grave, ele falou ficando cada vez mais furioso, fazendo eu ficar trêmula de medo. Nesse ponto eu percebi que as coisas eram mais sérias do que imaginava.
- Meus planos foram por água abaixo, eu perdi qualquer contato que poderia ter contigo, isso quase acabou comigo.
Desabafou pensativo, fazendo uma careta, como se tivesse recordando lembranças desagradáveis, antes de olhar para mim esboçando um sorriso malicioso.
- Eu acabei desenvolvendo um fetiche por você. No começo eu conseguia me controlar, só fazia de vez em quando. Porém, conforme o tempo foi passando, isso foi ficando cada vez mais difícil de controlar, até chegar ao ponto de querer só me masturbar olhando para você, usando sua foto, eu fico imaginando suas mãos passando pelo meu corpo, você me tocando.
Admitiu seu fetiche doentio, ele fechou os olhos como se tivesse imaginando essa cena na mente dele.
Fiquei em pânico, percebendo que começou a ficar excitado, estava com o corpo colado de mais em mim, era inevitável não sentir aquilo ficando cada vez mais duro, fazendo meu nojo aumentar, coisa que achei que fosse impossível.
- Fico imaginando como seria transar com você. - Disse encostando a ereção na minha coxa.
Eu preciso fazer alguma coisa para escapar daqui, pois pelo jeito que está poderia facilmente me estuprar.
Entretanto, ele pegou uma das minhas mãos, me obrigando a encostar naquilo ainda por cima da calça jeans. Eu nunca sentir tanto nojo na minha vida igual estou sentindo nesse momento.
- Olha o efeito que você causa em mim. - Disse movendo minha mão, me obrigando a tocar nele por cima da calça.
Fazendo eu sentir nojo de mim, me sentir tão mal e suja que a minha única vontade era de morrer naquele momento. Eu preferia a morte do que continuar presenciando aquilo. Ele gemia por conta do contato, fazendo eu ficar desesperada. Eu preciso arranjar um jeito de escapar disso, ele está completamente maluco.
- Quero beijar você. - Disse largando minha mão, pois eu comecei a me debater.
Bernardo liberou minha boca, fazendo eu gritar pela minha irmã que não apareceu, me deixando mais nervosa ainda.
- Luiza! - Eu grito novamente desesperada. - Socorro! - Falo chorando mais ainda, pois percebi que ela não viria.
- Se bem conheço sua irmã, ela deve estar usando fones de ouvido, ela ama ouvir músicas, é o passa tempo preferido dela. - Disse fazendo uma cara falsa de pena. - Você está sozinha, não tem ninguém para te defender. Hoje você é minha querendo ou não. Agora fique quieta que vou te beijar.
- Não, eu não quero. - Digo balançando a minha cabeça de um lado a outro.
Porém, ele segurou meu rosto utilizando as duas mãos, me imobilizando.
- Eu não estou pedindo permissão. - Disse encostando seus lábios nos meus.
O beijo era nojento, eu fiz questão de não corresponder nenhuma das suas investidas, deixo meus lábios bem fechados para evitar que a língua asquerosa dele entre na minha boca, também não retribuir nenhum dos seus movimentos, fazendo o beijo ser só um selinho demorado.
- Abre a boca, me beija de volta. - Falou irritado, ele estava perdendo a paciência e eu sabia disso. - Eu disse para abrir a boca. - Disse furioso.
Apertou minha cintura com tanta força, que fui obrigada a gritar de dor, ele aproveitou a deixa para colocar a língua na minha boca, aumentando tanto minha repulsa, que fiquei surpresa por não ter vomitado.
Porém, fomos interrompidos por alguém que parou diante de nós.
- O que está acontecendo aqui? - Thales perguntou magoado.
Ele tinha nos flagrado e pelo jeito entendeu tudo errado.( Oi amores, tudo bem? Que capítulo né? Só eu que estou com nojo do Bernardo? Enfim, só quero avisar que essa história está terminando, só falta mais 5 capítulos. Gostou? Deixe comentários e votos.)
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Namorado de aluguel
RomanceGabrielle está farta de ser a única solteira da família, especialmente no casamento da irmã. Para escapar do olhar crítico dos parentes, ela decide contratar Thales como seu "namorado de aluguel". No entanto, conforme a festa se aproxima, Gabrielle...