"Estou firmemente convencido que só se perde a liberdade por culpa da própria fraqueza."
— Mahatma Gandhi
Mentiras nunca duram para sempre. Hipocrisia. Elas duram até quando cansamos de mentir, elas entram em decomposição assim que sentem perigo como quando coçamos nosso nariz antes de sentirmos coçar. Elas sabem que estão prestes a serem expostas, e como um ato de salvação se suicidam.
Elas esperam reencarnar como verdades para terem a chance de serem desejadas e respeitadas como nunca.Quanto aos mentirosos, se sufocam com elas. Alguns entendem as consequências de mentir como punições e aceitam-as com pouca dificuldade. Outros acreditam que para se salvarem é necessário mais mentiras. Miseráveis, como estes são chamados.
Mentem como se precisassem se convencer das próprias inverdades. Mesmo fatigados por mentir, mentem com medo de se lembrarem quem são por trás delas.
Um vício que zela pelo desconforto de seu usuário. Que inspeciona minuciosamente seu dono, para que não desvie do maldito caminho das mentiras.
Em Centrium, tal estrada mapea a vegetação selvagem, guiando a todos por onde percorrer se quiserem sobreviver. Os habitantes são, então, os miseráveis. Vivem na miséria de verdades e na abundância de inverdades.
Miseráveis de verdade, de liberdade e de amor.
Estava longe daqueles que mesmo afogados na falta de cuidados me ajudaram a ser o menos necessitados entre todos. As poucas verdades se moldaram a fim de se tornarem uma concreta.
No entanto, o que valeria de verdades contadas por mentirosos viciados? Seria possível crer em alguma delas?
A foto ainda estava em minha mão, o tempo e mentiras lhe causaram desgastes aparentes. Mas sentia que a pressão que depositava segurando a imagem era suficiente para destruí-la com mais rapidez.
Meu irmão estava sorrindo verdadeiramente naquele momento. E, exatamente por seu belo sorriso senti uma raiva desconfortável circulando nas vias sanguíneas, e ecoando pelas vazias lacunas do meu coração egoísta. Como o tic e tac repetitivo de um relógio antigo, aquela foto me incomodava.
Em meu mundo silencioso e nublado pela perda de Liam, não imaginaria que ele estava sendo feliz em outro lugar.
Um lugar sem mim.
Como podia ser tão egoísta? Uma hora torcia por seu bem, desejava profundamente que seu tempo em Centrium tivesse sido bom apesar de tudo. Em outro momento agia como uma criança emburrada vendo outros desfrutarem da incrível companhia de Liam, enquanto velavámos um corpo que aparentemente não era o seu.
Park Jimin sabia de Liam. E nunca me disse nada, como se não fosse tão importante.
Em momentos íntimos contei muitas coisas para ele como meu confidente, a morte de Liam foi um exemplo de muitos. Me sentia um tolo. Um bobo da corte contratado para divertir as pessoas que estavam fazendo mudanças significativas em Centrium.
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O Manual das Borboletas 🦋 • jjk + pjm
Fanfiction[Em andamento] Jungkook Jeon Lennox cresceu em uma família regada de amor e acima de tudo união. No entanto tais adjetivos passaram a ser inúteis após a misteriosa e trágica morte de seu irmão mais velho, Liam Jeon Lennox, a qual dividiu bruscam...