20| Soldier - Fleurie, Tommee Profitt

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"Se você não tem medo

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"Se você não tem medo...você não é humano. " — Maze Runner

Máquinas me rodeavam e as batidas fracas de meu coração bombeavam o pouco sangue dentro de meu corpo gélido quase cadavérico.

Respirava com dificuldade e meu peito chiava por essa simples ação. Eu observava tudo com certa estranheza. Não parecia ser um lugar familiar. Era equipado com alta tecnologia, porém completamente abandonado. Com isso, a decoração se concentrava apenas em minha maca ao meio do amplo cômodo e uma lâmpada focada em mim como um holofote. 

Me senti mal, sem razões suficientes. Meu corpo depositado sobre a maca impedia os lençóis de escaparem, como um leve peso de papel. 

Minhas mãos vistas em primeira pessoa eram pálidas e maiores. Tubos e fios tracejavam linhas não retas em toda a extensão de pele desnuda e pesavam meus dedos. 

Senti medo incoerente, e o pavor incendiou meus órgãos, pois o ambiente pairava em mistério e suspense. Porém, logo me distanciei daquele ambiente e o bip da máquina hospitalar se tornou mais distante.

Quando acordei estava em um carro, mãos algemadas e com uma mordaça que mantinha meus lábios dolorosamente separados.

Não tinha certeza se gostaria de voltar ao meu sonho perturbador ou a realidade catastrófica semeada por meu desconforto. As palmas das minhas mãos acompanhavam tal indecisão, suadas e muito agitadas faziam o aço inoxidável das algemas reproduzir ruídos irritantes até para mim.

O suor grudava os fios do meu cabelo em minha testa e se misturava com as poucas lágrimas produzidas.

Corri com os olhos embaçados por minha área corpórea, vistoriando minha coxa machucada e notando um torniquete com um tecido improvisado, como se não ligassem para caso infeccionasse.

Me queriam apenas respirando, era isso que importava. Não poderiam me matar cruelmente se já estivesse morto. 

Pelo reflexo da janela escura observei meu rosto com mais cuidado. Marcado com hematomas por toda extensão, cortes não tão profundos também acompanhavam minha situação deplorável. 

Jasper ao meu lado tentava cochilar com a cabeça apoiada em outra janela, infelizmente o garoto não estava se concentrando justamente pelo fato de eu encará-lo com olhos perdidos. 

— Pergunte o quer logo. — resmungou sem paciência respirando fundo ainda com os olhos fechados depois de afrouxar a mordaça de minha boca. 

Nós sabíamos que responder perguntas não iria me salvar daquela condição, ou seja, estava livre para fazer tais questionamentos.

— Por que mataram Liam? — questionei sabendo parte da resposta. Athena já havia me explicado as tensões geradas pelo Lennox.

— Seu irmão, provocou quem não deveria e seu final foi acometido por si mesmo. — Jasper esclareceu, desencostando do apoio anterior e se virando para mim. Seus olhos transmitiam seriedade e o maxilar trincado não amenizava sua feição. — Ele traiu sua família, seu avô, aqueles que pereceram ao seu lado a fim de o proteger.

O Manual das Borboletas 🦋 • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora