21|| Skyfall - Adele

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"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça

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"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto."
— Rui Barbosa


Beijem meus pés ou cuspam neles, de qualquer forma estará babando sobre eles.

Essa história nunca delineou corretamente o bem e o mal, além do mais, invariavelmente estando distante ou imerso das delimitações de Centrium se faria de tudo para a sobrevivência, mesmo que o "tudo" significasse pagar por seus pecados antes mesmo de morrer, camuflar a verdade através de inúmeras mentiras até que esta fosse repulsiva em excessos para ser dita em voz alta ou mesmo apontar o revólver contra pessoas que se espalhavam como ratos em um lixão contaminado pela ignorância e a ambição. Assim, o rei dos roedores, contaminado pela ganância diluída em licor de amora, enlaçava os rabos dos próprios colegas de guerra por entender que a liberdade da minoria era paga pela escravidão de muitos.

Seria ótimo se ele fizesse parte da maioria, pensara antes de se afastar de mim.

Um rato de sete cabeças, cada uma delas com uma coroa. A ilusão e o desespero fervilhavam nas setes mentes, não restando espaço para me amar em nenhuma delas.

A traição em Centrium é vista com uma moeda de troca valiosa, e dessa eu entendo muito bem. Ser apunhalado por todos os lados ocasionaria a releitura de uma versão que fosse melhor para mim. E quem diria que bastava somente litros de ódio, um irmão desaparecido e um coração adolescente partido para fundir uma armadura à prova de sentimentos e de homens como Park.

Assim como ele, compreendi que o amor nunca foi discutível neste lugar, impróprio de ser cultivado em um habitat infértil, cruel e amargo como o licor que se embebedava.

Mas a pergunta que mais me fiz nos últimos tempos foi "Por que você julga um lugar que reflete seu âmago com tanta precisão?". O poder me consumiu de modo a se tornar um vício, prazeroso como torturar membros das Borboletas em troca de respostas. O pavor em suas caras pálidas contrastavam com meus olhos vermelhos incandescentes e fervelhosos buscando a saudosa vingança em extremos desconhecidos.

Vamos, me julgue. Todos já fizeram isso. Afinal somos vilões em algumas histórias se alterarmos o narrador.

Passeava pelas alas do palácio me certificando que as armas estavam presas em minha cintura como havia pedido quando mandei o cinto para o concerto e encarreguei a Madeline essa tarefa. A capa do meu sobretudo era esvoaçante o suficiente para me preocupar em não esbarrar nos monumentos expostos no corredor.

Bem, muitas coisas se alteraram.

A começar pelo fato de que o macacão cinza havia ficado pequeno para meu corpo em maior proporção. Desse modo, agora possuía vestimentas de uma posição de destaque, do jeito que eu desejava.

O Manual das Borboletas 🦋 • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora