19| Bad Kind of Butterflies - Camila Cabello

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⚠️Aviso Gatilhos: Violência, substâncias licitas e ilícitas ⚠️

"O abismo serve para nos lembrar que há um limite tênue entre a coragem e a estupidez

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"O abismo serve para nos lembrar que há um limite tênue entre a coragem e a estupidez."

— Verônica Roth, Divergente.


Mentira, uma repugnante e asquerosa mentira.

Centrium era uma prisão para mentirosos e fedia sua imundície através do ar.

Aquilo doía para um cacete. Minha saliva se acumulava em minha boca. O suor frio escorria sobre a pele gélida, por consequência a dor e angústia eram ampliadas de segundo a segundo.

Me senti aberto em uma sala de cirurgia. Presenciava minha carne quase rasgar pelos meus ossos perfurantes como se fossem de aço. Tracejava minhas mãos pelos músculos com a sensação de que aquelas não eram as minhas.

Minha visão lutava contra sua própria ausência. Tudo que enxergava eram pedaços borrados e figuras distorcidas. Em um momento apoiei uma das mãos ao chão, não sabia que estava tão prximo dele quando o alcancei facilmente.

Substâncias saíram por minha boca sem qualquer aviso. Não possuía precisão sobre o que estava colocando para fora, mas notei uma poça vermelha ao me distanciar da cena nojenta ainda muito desequilibrado para observar com mais atenção.

Antes que continuasse a me desidratar uma mão forte puxou meu antebraço me impossibilitando de voltar à posição anterior. Me debati contra o enlaço. Estava com vontade de gritar e chorar ao mesmo tempo. Todas as sensações que senti antes de ter sido drogado foram apenas expandidas.

Ao estreitar os olhos e parar de resmungar encarei quem me puxava com mais ânsia de vomitar meus órgãos.

— Você? — perguntei sem muita certeza por minha cabeça estar rodopiando e formando a imagem distorcida de Jimin. 

— O que está fazendo? — questionava pressionando com mais agressividade meu braço ao passo que tinha sua feição completamente nublada e raivosa no meio da iluminação avermelhada da festa.

— Me solte — disse retomando a pouca conciência disponível. Sentia seu olhar queimar alternando sobre a poça de sangue e meus olhos vinhos que delatavam minha singularidade no meio de pares dos demais olhos cinzentos.

Ele estava erroneamente lindo, os cabelos agora tingidos em uma tonalidade de laranja quase ruivo ganhavam uma cor mais intensa graças as luzes coloridas. Havia feito mais uma tatuagem no braço e seu traje aparentava ser novo. No entanto, os anéis costumeiros ainda adornavam suas mãos gelando meu braço e me lembrando de seu histórico.

— O que está fazendo aqui? — repetiu procurando meu olhar com mais firmeza ainda mantendo o aperto em meu pulso.

— Me solte — continuei puxando meu braço com mais pressão conseguindo soltá-lo. Senti estar mais forte de alguma forma, parte era dos treinos que exigiam nossa exaustão, ademais  àquela droga que circulava meu corpo e provavelmente fora pensada nas pessoas daqui.

O Manual das Borboletas 🦋 • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora