No campo vindouro, o incêndio cessa,
E a calmaria almejada então se expressa,
A poeira baixa, a tranquilidade invade,
Em mim, é novo, preciso dela me apropriar.
Meu coração já não grita, silêncio enfim,
Minha mente não se torce, ódio chega ao fim,
Nada me aflige, meu Eu menino se desfaz,
E surge um ser altivo, firme, em paz.
Não mais me banho nas trevas profundas,
No abismo do nada, não me escondo em suas fundas,
Resta-me a luz, acaricia-me com seus raios dourados,
Seca minhas lágrimas, pensamentos renovados.
Contemplação agora é minha sina,
Busco beleza até na parede, divina,
Pois o belo traz um toque do Divino em seu ser,
Atrai-me, encanta-me, me faz renascer.
O ciclo recomeça, acordar, adormecer,
Nada novo, sem irritação a me surpreender,
Sem murmúrios, sem lamentação,
Sem dor, sem amor, estático, na imensidão.
Meu refúgio é o passado que guardo no peito,
Campos floridos, resplendor perfeito,
Pássaros cantando no céu a voar,
Árvores dançando ao vento, a vida a celebrar.
Contemplo, uno com o todo, seguindo o fluxo,
Tudo se entrelaça, é o destino que conduzo,
Contra ele ir, antinatural e doloroso será,
Amor fati, abraço a natureza, é o meu guiar.
Enfrentar a labuta com dignidade é meu lema,
Descansar em paz, final de um poema,
No campo vindouro, o sossego encontro,
Na união com todas as coisas, meu conforto.
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Devaneios Obscuros e Outras Reflexões
PoetryEm 'Devaneios Obscuros e Outras Reflexões', o autor mergulha nas profundezas da alma humana, explorando os cantos mais sombrios e os recantos mais introspectivos da mente. Com uma prosa poética cativante e poderosa, cada texto deste livro é uma jorn...