Exumação das recordações.

60 2 0
                                    

Memórias que eu soterrei, debaixo de muita terra, molhada com muitas lágrimas silenciosas.

memórias que não deveriam voltar, mas eu escavei novamente, só pra ver teu rosto, e todo o gosto do passado.

Passado que amadureceu tão cinza, seu rosto nunca mais brilhou, nem seu sorriso me alcançou, eu matei cada traço, para não morrer.

Depois de sair do túmulo, seus olhos me fitaram, e choraram, nunca me amou, mas se entristeceu por não ter mais seu brinquedo.
Não sinto receio, o dano já foi causado e o sangue derramado.

Porém, os olhos, eles nunca me deixam, e seu brilho perolado, refletindo o denso luar, foi um guia do que é belo. Mas não há dor, nem saudades, somente lembranças.

Sentimentos, dançam com a nostalgia, a som de flauta em um bosque, num verão muito quente, e tudo brilha e tudo era alegre. E a cada ano, tudo se desfalece, pois tudo fica cinza, e a memória perde o tom, tudo acaba, perde o gosto.

No fim, não era você, mas eu, pois foi eu quem criou essa imagem sua, essa lembrança, você nunca existiu nesse mundo dessa maneira, por isso que deve permanecer na memória, onde és Divina e cintilante.

Devaneios Obscuros e Outras ReflexõesOnde histórias criam vida. Descubra agora