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No melhor dos sentidos, o dia foi longo.
Quando a conheci não imaginei que diria isso, ou que teria a oportunidade de tirar essa conclusão, mas Sabrina possuía uma das risadas mais doces que já tocou meus ouvidos, o corpo mais desejável que já toquei e a personalidade mais decepcionantemente incompatível com a minha. Por outro lado, nossa conexão física foi inegável, como se já tivéssemos feito isso milhares de vezes. Ah... E como eu gostaria que tivéssemos.
Por toda a tarde, não conseguimos nos separar por mais do que poucos minutos. Mal desgrudamos nossos corpos enquanto ainda estava claro, o que me levou a perceber que, assim que havia acordado, não havia Sol nenhum entrando pela janela. Olhei ao redor, tentando encontrar algum resquício de realidade ou algum objeto que pudesse me trazer ate ela e acabei percebendo que estava em meio a cobertas, roupas e almofadas, jogado ao lado do sofá, no chão da sala daquele apartamento que eu conhecia muito pouco. Meu telefone estava na mesinha de centro, que não era muito longe de onde eu havia acordado, então pude apenas me esticar para pegá-lo.
00:37. Era o que a tela mostrava.
Escutei passos e vi Sabrina ir para a cozinha, separada da sala apenas por uma bancada e alguns armários de teto, então pude ver a garota deixar um copo de vidro na pia e se virar para mim.
— Oh. Bom dia. — ela disse com a voz um pouco rouca e um sorriso simpático.
Percebi que ela usava uma blusa larga, que ia até suas coxas, mas não parecia estar usando nenhum short. Ela se aproximou com calma. Pude ver que seu rosto estava levemente inchado, então, a julgar por aquilo e sua voz, talvez ela não tenha acordado a muito tempo.
— Bom dia — sentei enquanto procurava por alguma roupa minha, mas nenhum sinal delas — Você sabe onde eu deixei minhas coisas?
— No meu quarto.
Ela se jogou no sofá ao meu lado, sem tirar os olhos de mim. Olhei ao redor, um pouco confuso, me perguntando se devia levantar completamente nu ou permanecer debaixo daqueles panos... Completamente nu. Me virei para Sabrina, sinalizando minha situação, mas ela apenas balançou a cabeça.
— Está sonhando se acha que eu vou buscar cueca sua — pude perceber ela segurar o riso enquanto cruzava as pernas e se aconchegava no acolchoado — Pode ir lá, bonitão. Não têm monstros no meu guarda-roupa.
De presente, recebi uma piscadinha de um dos seus olhos. Ela estava se entretendo até demais com meu desconforto.
Levantei com um lençol enrolado na cintura e pude perceber que, sem pudor algum, a loira encarava meu corpo mas não consegui distinguir se era em ato de desejo ou diversão, já que começou a rir baixinho.
— Está achando engraçado? — ela concordou silenciosamente com o cotovelo apoiado no encosto do sofá — Pois então acabou graça, princesa.
Me movimentei o mais rápido que pude e a puxei, me esforçando para colocar todo seu corpo em meus braços enquanto ela se debatia. Por algum milagre, consegui o fazer mantendo minhas pernas cobertas por aquelas vestimentas improvisadas com a roupa de cama em que dormi.
— Não me obrigue a ver essa cena horrenda! — ela tentava se soltar do meu aperto mas suas tentativas eram inúteis — Isso é tortura. Inquisição!
Era impossível não rir com todo aquele drama. Consegui garantir que, ainda que eu estivesse gargalhando, ela permanecesse em meus braços até que chegássemos no seu quarto.
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i can see you ⊹ shawbrina
Fanfic"I can see you being my addiction, you can see me as a secret mission" Quando uma gravadora musical decide dar um empurrãozinho no marketing de duas de suas estrelas do pop, algumas aparições em eventos, fotos bonitas e um contrato curto, mas eficie...