i can see you ⊹ shawbrina

17 ⊹ Silly jokes or love vows?

s a b r i n a

Talvez todos os cumprimentos da equipe para mim e para Shawn tenham me deixado afobada, ou então eu não tinha verdadeiramente me dado conta do que aconteceu nesse estúdio até voltar para o backstage. De qualquer modo, havia acabado. Estava feito.

Tentei me concentrar em um problema de cada vez. Decidi que era mais fácil me resolver com aquele que estava há poucos metros de distância, retirando os equipamentos de microfone e prestes a se esconder no camarim. Eu, agora, estava mais próxima do meu falso namorado boca-de-sacola, que acabara de me fazer de palhaça na frente de milhões de pessoas.

Já livre de apertos de mãos e papos furado, apressei-me repetindo cada passo que Shawn tomava, em uma quase perseguição.

Na verdade, eu não sabia exatamente o que iria fazer ou dizer, apenas tinha certeza de que deveria confrontá-lo, mesmo que não queria que fosse um momento completamente sério ou que eu arrumasse uma briga. Talvez eu só queria entender o que passou pela sua mente. Ou algum outro motivo qualquer que minha mente usava para me convencer de que deveria ir atrás dele.

Para falar a verdade, uma parte de mim só queria desesperadamente ouvir um pouco mais daqueles elogios de palco que Shawn havia me dado, mas eu dizia para mim mesma que não era esse pedaço da minha consciência que empurrava meus pés naquela mesma direção.

Observei meu objeto de perseguição abrir uma porta que possuía uma plaquinha com seu nome nela, exatamente como era na porta do meu camarim. Ele não a fechou. Dei algumas leves batidas na madeira pintada e ele apareceu na minha frente com uma garrafa de água de vidro, que, ao observar mais o ambiente, ele parecia ter acabado de pegar.

Quando seus olhos encontraram os meus pude ver um sorriso leve se formar em seu rosto e decidi que, com aquilo, eu tinha liberdade para entrar naquele pequeno e aconchegante cômodo.

— Boa noite, Shawn — falei atravessando a entrada.

— Boa noite, princesa. — ele disse fechando a porta atrás de mim. — Eu já ia te chamar.

— Ah, é mesmo? — Cruzei os braços e ele respondeu apenas com um aceno e ainda sorrindo — Pra fazer mais piadinhas bobas com a minha altura ou se declarar loucamente?

Eu tentava me manter seria, mesmo que divertidamente séria, mas ele sorrindo de forma constante era como um ataque de carisma que me fazia querer sorrir também. Irritantemente adorável.

— Um pouco dos dois.

A garrafa de vidro já não estava na sua mão, e sim na mesinha em frente ao sofá. Shawn permanecia há alguns metros de distância com os olhos pregados em mim, passeando pela minha imagem de cima a baixo.

— E como seria isso, Romeo?

Tentei ser o mais descontraída possível. Prestando-me ao mesmo papel que tento executar desde que decidi que gostava da atenção desse canadense extremamente alto e atraente. Mas antes que eu pudesse pensar no que ele talvez responderia, percebi uma rápida aproximação dele na minha direção, dessa vez sem o sorriso brincalhão nos lábios.

— Assim. — Disse quando já estava a apenas um passo de mim.

Sem me da a oportunidade de dizer uma palavra, senti suas mãos agarrarem minhas coxas e me puxarem para seu colo, ao mesmo tempo que pressionava seus lábios nos meus e minhas costas contra a porta do camarim. 

Meu coração parecia querer saltar para fora do peito e, pela nossa proximidade, temia que Shawn percebesse. Eu repetia para mim mesma diferentes coisas a cada segundo que nossas bocas estavam juntas em sincronia, coisas como o quão arriscado era estarmos nos agarrando quando, do outro lado da porta, poderiam estar agentes, produtores ou até mesmo algum fã sortudo o suficiente para conseguir um passeio pelo camarim de Shawn Mendes. Por outro lado, eu simplesmente não conseguia, fisicamente não podia, cessar com aquilo. A única coisa que conseguiu nos separar após muita resistência foi uma falta de ar nada conveniente.