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Pela manhã, minha cama estava tão vazia quanto minha mente estava cheia. E esses não eram os planos iniciais.
No final das contas, não foi tão seguro — publicitariamente falando — sair no meio da madrugada. Além de que, as coisas de Sabrina já haviam sido movidas para minha casa e sua estadia no hotel cancelada, então só nos restou continuar no mesmo ambiente por algumas horas, atolados no desconforto da noite.
Devo admitir, também, que mesmo com todas essas razões sensatas, eu queria que ela ficasse ainda que fosse nas condições mais irracionais. Queria conseguir ter uma conversa de verdade com ela sobre tudo isso, tentar ajudar ou ao menos receber algum tipo de transparência, mas depois daquela discussão um nó enorme surgiu na minha garganta e a única coisa que consegui dizer a ela foi o caminho do quarto ao lado do meu.
A existência de um quarto de hóspedes foi nossa salvação Não importava quantas horas eu tenha passado com os olhos abertos e cogitando bater na por ao lado do meu quarto e desvendar toda essa confusão, mas, covardemente, não o fiz.
O relógio batia nove da manhã, finalmente um horário que minha mente considerava razoável para tentar algum tipo de conversa com a minha "namorada". Eu não queria incomodá-la, claramente algo já havia o feito ontem e ela não queria a minha ajuda naquele momento. Porém, às nove horas, me pareceu conveniente tentar novamente.
Meus passos eram cautelosos, como se meu andar normal fosse fazer um estrondo terrível e acordar Sabrina de um sino pacífico.
Quando cheguei na porta que desejava, pensei em milhares de maneiras diferentes para abordar aquela que estava do outro lado da madeira branca. Pensei e comparei e avaliei e esperei e respirei e, no exato momento que dei um leve toque, a entrada se abriu rapidamente. Nós dois nos assustamos.
— Meu Deus, criatura. — ela disse desviando seu olhar do meu rosto — Por que está assim parado que nem um maluco?
Sua imagem era bem diferente daquele a qual havia deixado sozinha algumas horas antes. Talvez eu estava pensando demais sobre e ela tenha apenas dormido profundamente e acabado de acordar, mas algo me indicava que seus olhos inchados não eram exatamente oriundos de uma boa noite de sono.
Não posso julgá-la. Em certos momentos, até eu tive vontade de chorar, apenas não o fiz pois minha mente já estava muito ocupada tentando desvendar isso tudo.
— Me desculpe. — respondi saindo da frente e abrindo sua passagem para fora do quarto — Eu estava apenas conferindo se você está bem ou... Queria alguma coisa.
Antes que eu pudesse terminar minha frase, ela já havia começado a concordar com a cabeça. Num ato, eu diria um pouco desesperado.
— Estou bem. — sorriu levemente — Obrigada. Só... Hm... Preciso ir ao banheiro.
Reparei em suas mãos, que carregavam uma pequena bolsa transparente com alguns produtos de higiene pessoal.
Observei ela dar alguns passos para o corredor, mas olhou ao redor um pouco confusa então logo me recordei que não havia indicado onde era o banheiro no segundo andar, apenas o do meu quarto. Após chegar a essa conclusão, posicionei minha mão no seu ombro e a guiei por poucos passos até onde desejava.
— Te espero na cozinha, okay? — perguntei antes que ela fechasse a porta do banheiro.
Seu rosto revelou uma certa confusão ou surpresa, mas, ainda sim, ela concordou sem contestar.
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i can see you ⊹ shawbrina
Fanfic"I can see you being my addiction, you can see me as a secret mission" Quando uma gravadora musical decide dar um empurrãozinho no marketing de duas de suas estrelas do pop, algumas aparições em eventos, fotos bonitas e um contrato curto, mas eficie...