Part 17

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Nota dos autores:

Oiii, tudo bem? Esse capítulo é muito especial, e principalmente: ELE TOCA EM PONTOS SENSÍVEIS E GATILHOS. Se você se identifica com o personagem, por favor procure ajuda psicológica, ok? 


***


{Yudai Koga}


- Você precisa comer. - James continuava falando isso. Ele falava disso... Há dias? Porém eu não tinha o mínimo de vontade para comer, não tinha gosto. Eu sabia que estava emagrecendo de uma forma muito rápida, mas não me importava, estava tão vazio para pensar em qualquer coisa que não fosse neles.

- Não o force, dá para ver que ele continua dramático. - Soyeon falou. - Mas pelo menos tome banho, sim? - Ela fez uma careta.

- Acho que seria bom o corte de cabelo, o que acha? Talvez um passeio no shopping? - Yunjin tentou me incentivar a sair de casa, James iria continuar na linha de raciocínio da Huh, mas eu me levantei da mesa. Talvez foi algo muito abrupto porque eu senti uma leve tontura, então pisquei um pouco mais forte antes de voltar a andar para o meu quarto provisório.


Estar nesse lugar escuro e sozinho era um pouco mais confortável. A mala estava do mesmo jeito há semanas jogada em um canto do quarto, eu ainda não havia organizado no guarda roupas, talvez porque eu não quisesse aceitar que agora era aqui que eu morava. As roupas se empilhavam na cadeira e cama ou mesmo ficavam espalhadas no chão, mas eu não me importava com a bagunça, nem mesmo o cheiro, e direcionei para a cama que em nenhum desses dias eu tinha arrumado e me aninhei aos lençóis de cama.


Olhei para o meu celular conectado na tomada e não havia nada lá. Nunca recebi uma mensagem deles desde que eu vim parar aqui e também não sentia que devia perguntar isso ao Zhao. Eu deixava o aparelho conectado na tomada para caso eles falassem algo, eu poderia ver, e não estaria descarregado. Eu não mexi para que algo acontecesse também, não mandei mensagens, muito menos liguei. Não sentia que tinha o direito de ter um mínimo contato ou sequer pedir desculpas, sendo este último o que eu deveria fazer, e principalmente, porque eu queria fazer. Respirar longe deles é o meu maior sofrimento, mas eu mereço. Harua quando esteve aqui me fez perceber isso.


Mas por um segundo eu queria retomar meu lado mais egoísta e falar algo com eles, então se por um pequeno momento eu pudesse... Corri e tirei o celular da cabeceira e me escondi no banheiro, trancando a porta. Não olhei para pia ou espelho, não queria me ver com as olheiras de semanas, muito pelo contrário, sentei-me escorando neles, ao lado do vaso sanitário. Eu comecei a ficar ansioso e um pouco vertiginoso.


Eu sabia o número deles memorizados, fiz questão de memorizar o de cada um casa algo acontecesse, eu pudesse ajudar... Quando digitei o número mais conhecido, logo o contato de "Jo" apareceu com um coração do lado e isso me fez querer chorar novamente, foi difícil engolir o bolo que se formou na garganta... Era algo que agora acontecia bastante. Eu pensei um pouco antes de apertar o botão de ligar, o que eu poderia falar? Não havia palavras a não ser um "sinto sua falta", mas não era só isso que eu tinha em mente. Talvez a pressão de falar na hora me obrigaria a falar o que eu realmente queria ou mesmo apenas escutar sua voz era o suficiente para mim, eu não estava ambicioso agora. Então apertei mesmo assim, roí minhas unhas na ansiedade mesmo que não haja mais unhas e alguns filetes de sangue saiam e o dentes em contato com a pele me davam pequenos choques, minhas pernas batiam inquietas no chão e eu precisei respirar profundamente e focar em não apertar o botão de "desligar chamada"... Tocou três vezes e foi desligado rapidamente. Ele não queria me atender.

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