Part 22

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Nota dos autores: 

Bom dia!!! Boa leitura!


***


{Koga Yudai}


Logo após a apresentação eu não queria mais estar naquele lugar, me sentia completamente exposto, nu. Peguei minha mochila e nem sequer escutei as palavras que James me dizia antes de sair correndo para qualquer lugar longe de qualquer pessoa. Eu precisava respirar. Parei, depois das minhas pernas se cansarem, em uma sala de prática de dança no quarto andar, geralmente ninguém ficava lá e eu decidi me esconder por um tempo. Respirei fundo com o frio do ar condicionado, fiz as técnicas que o médico tinha me passado para eu voltar com meus pensamentos mais tranquilos e eu suspirei e inspirei aquele ar gélido.

Eu realmente tinha visto ele ali? Ou os remédios agora me dão alucinações? Abri minha mochila e peguei as caixas das cartelas de remédios anti-depressivos que o psiquiatra tinha me passado e tentei ler, mas as letras eram tão pequenas que fiquei impaciente.


- Depois eu procuro no Google. - Murmurei para mim mesmo e enfiei as caixinhas na mochila. Me espreguicei no chão de madeira olhando para o teto.


Não tinha certeza se todo esse tratamento daria resultado como James me afirmava a todo momento. Os pensamentos não iam embora facilmente, às vezes eu só ficava com sono ou com muita fome ou sem nenhum apetite e na maioria das vezes eu simplesmente não sentia nada, era estranho, mas sentir o vazio não era por causa das pílulas, segundo o psicólogo.

É estranho dizer que agora eu falo com um psi.. psicólogo, digo, eu não sou louco, talvez não tanto? É difícil desassociar que falar com um profissional é mais sobre você ter um problema do que ser "louco" como dizem. É difícil me acostumar com essa rotina. É difícil sentar naquela cadeira de madeira com paredes irritantemente cinzas e uma decoração duvidosa e ainda mais difícil olhar para o cara com prancheta te analisando como um ratinho de laboratório.

E se ele me julgasse? Pior, e se ele me denunciasse? Não que ele possa fazer isso, mas sempre tantos "e se..." que me deixam travado. As consultas tendiam a ser silenciosas, eu não sei se posso tão honestamente falar com ele sobre tudo porque acho que se eu falar posso ser curado, mas eu deveria permanecer doente já que Yuma e Fuma ainda estão machucados, já que todos eles estão.

Mas eu não podia negar que nas raras vezes que eu não aguentava mais e falava alguns segredos para ele, o cara conseguia ser bom com as palavras ou me fazer enxergar as coisas de outra forma. Mas eu ainda discordo quando ele diz que não devo me esforçar tanto para encontrar defeitos em mim, e focar mais nas qualidades. Quais qualidades? Ri um pouco sozinho agora.

Fechei meus olhos por um momento. A cabeça estava pesando de novo com tantos pensamentos, queria sentir o vazio de novo mesmo sendo agoniante, era mais fácil lidar.

Ao abrir os olhos de longe pude ver uma silhueta surgir na porta e logo percebi que se tratava de "Jo". Talvez seja o caso de diminuir a dosagem?


- Você foi bem lá. - Jo me disse quando se aproximou de mim e depois sentou do meu lado enquanto eu continuava deitado no chão, pude sentir sua quentura, então ele era mesmo real? Rapidamente eu sentei com uma postura mais firme e mais distante dele, aumentando o espaço entre nós.

- Então você não é uma alucinação? - Eu tinha jurado que ele não era real.

- Está usando drogas agora? - Ele falou com a típica cara de bravo e eu tive a certeza.

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