Capítulo Dez

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O jantar tinha ocorrido bem e o evento também estava sendo muito bom. Pelo menos daquela forma eu estava me distraindo e não pensando no que meu amigo tinha me falado no começo da festa toda vez que eu olhava para o homem ao meu lado conversando com um senhor desconhecido para mim.

Já deveria ser a quinta taça de champanhe vazia na minha mão quando o garçom passou com a bandeja e eu peguei mais uma, entregando para ele a que anteriormente eu segurava. Beber seria a melhor opção no momento.

Passei o olhar pelo salão agora mal iluminado. Uma música tocava e como estava acabando, algumas pessoas dançavam, incluindo Charles com sua namorada e Lando com uma mulher que eu não conhecia.

Comecei a imaginar como seria se Alexsander estivesse ali. Ele certamente estaria no meio da pista de dança chamando todos para dançar, ele era um pouco igual o Daniel Ricciardo no quesito animação. Eu costumava dizer que ele poderia facilmente ser animador de festas de crianças se a corrida não lhe desse o retorno que ele desejava. Seria ótimo se ele tivesse seguido o meu conselho, assim não correria perigos e provavelmente ainda estaria ali do meu lado, como o meu acompanhante da noite.

Peguei meu celular que vibrava dentro da minha pequena bolsa de mão e observei o nome da minha mãe no visor. Me afastei alguns passos de Max e atendi a ligação.

— Você vai demorar para chegar? — ela perguntou sem me dar um "boa noite" ou um simples "oi".

— Provavelmente um pouco, por quê? — indaguei curiosa, ela não era de me perguntar a hora que eu chegaria, principalmente porque nos últimos anos eu estava longe demais dela para saber.

— Eu e seu pai vamos sair para jantar e estamos levando a chave.

Olhei para o relógio do celular ao afastá-lo da orelha. Quem saía para jantar às onze e meia da noite?

— Tudo bem — arrastei a frase ao dizer. — Quando eu chegar provavelmente vocês já estarão em casa.

Ela murmurou um "uhum" embolado e ergui as sobrancelhas, desconfiada. Seja lá o que eles estavam planejando, eu não estava muito interessada em saber o que era.

Encerramos a ligação e dei alguns passos para trás enquanto guardava o celular na bolsa novamente.

Senti uma mão encostar em minhas costas para me parar antes que eu batesse na pessoa e engoli em seco ao sentir os dedos firmes apertarem um pouco minha cintura. Só de sentir aquele perfume inebriante eu já sabia quem era, mas o tanto de champanhe que eu tomei não eram suficiente para me dar coragem de virar para encará-lo.

Max chegou seu corpo perto do seu e senti sua respiração próxima a minha orelha.

— Quer sair daqui? — ele indagou no meu ouvido. Pode ter sido um gesto comum de alguém que queria me dizer algo, mas o som impedia, porém naquele momento eu já estava tendo pensamentos não muito tranquilos.

— Para onde vamos? — indaguei me virando, percebendo que ele estava próximo demais.

Dei um ou dois passos para atrás, tirando sua mão de minha cintura e disfarcei olhando ao redor.

— Encarar mais um medo seu. O que me diz?

Ponderei. Que medo eu tinha que ainda não tinha encarado? Até então, não tinha vindo nada de importante na minha mente.

— Vamos? Não temos muito tempo, precisamos sair pela porta dos fundos para ninguém perceber que sumimos.

Encolhi os ombros e assenti. Max tirou a taça de champanhe da minha mão e entregou para uma garçonete que passava na mesma hora.

Me and the Devil | Max VerstappenOnde histórias criam vida. Descubra agora