Capítulo Onze

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— Obrigada, Max — falei assim que chegamos de volta na casa dele para guardar os carros na garagem. Já passava de duas horas da manhã e um vento frio começava a soprar pelo jardim iluminado. — Por ter me feito criar coragem de dirigir de novo.

— Não me agradeça. Eu ainda sinto que tenho muitos assuntos pendentes com você, só estou tentando retribuir ao gesto de gratidão que você fez quando resolveu me dar uma chance de me redimir.

E ele estava conseguindo perfeitamente aquilo. Max estava se redimindo tão ligeiramente, fechando a ferida no meu coração de uma forma tão intensa, que eu começava a me preocupar com o que aquele gesto poderia estar causando dentro de mim.

Eu ainda tinha uma grande ferida em aberto. A que ele mesmo deixou quando me abandonou inexplicavelmente, mas eu não queria que ele descobrisse sobre aquela parte de mim que gostava tanto dele quando éramos mais novos.

— Não devemos nos ver essa semana mais — ele disse, mudando de assunto enquanto andava em direção do outro carro para me levar embora. — Vou para o Canadá logo na segunda.

— E eu vou voltar para Houston na outra segunda.

Aquele era um assunto que eu e ele não tínhamos conversado ainda. Max sabia que eu não morava mais em Mônaco, mas não sabia nada sobre a minha faculdade nem nada do tipo. Na verdade, ele quase não me conhecia mais verdadeiramente. Minha rotina tinha mudado bastante desde que me mudei de cidade.

— Então acho que esse é o último dia que estamos nos vendo.

Fiz uma careta.

— Não gosto quando falam "último dia" ou "última vez".

— Certo — ele balançou a cabeça e parou de andar. — Você quer passar a noite aqui?

Arregalei os olhos. Que convite era aquele? Eu passar a noite na casa dele? Assim, do nada? O que Max estava insinuando?

Tenho certeza que se eu ainda estivesse calçando meus saltos, me desequilibraria e cairia para trás.

— Não da forma que você deve estar imaginando — ele prontamente se pronunciou ao ver a expressão em meu rosto. — Meu Deus, Scar, não sabia que você era tão mente suja.

Que eu não era desejava por ele eu já sabia, mas ele não precisava também me humilhar daquela forma achando que eu estava pensando coisas como eu e ele juntos em uma cama e... Meu Deus, Scarlett. Quando foi que eu me tornei assim?

Olhei para a hora no meu celular e pensei na possibilidade de ir embora pela madrugada e ainda fazê-lo voltar dirigindo para casa. Não seria tão agradável assim.

— Ok, eu acho que posso ficar — sorri amarelo, ainda envergonhada pelo fora que recebi segundos antes.

Beijá-lo não seria nada mal. Ou seria?

Qual é! A quem eu estava querendo enganar? A verdade era que eu estava completamente...

— Ótimo — ele interrompeu meus pensamentos. — Vamos entrar então. Vou arrumar uma roupa minha para você dormir.

Em silêncio o acompanhei para dentro de sua casa e seguimos para o segundo andar.

Seu quarto ficava no fim do corredor e observei brevemente ao redor assim que entrei nele. Uma cama de casal encostada em uma parede com detalhes de madeira como cabeceira, uma televisão logo a frente e uma incrível vista do mar em uma sacada enorme. Virando à direita, tinha um closet onde suas roupas estavam penduradas por ordem de cor; da mais clara para a mais escura. Me surpreendi ao ver a quantidade de camisas polo que ele tinha.

Me and the Devil | Max VerstappenOnde histórias criam vida. Descubra agora