Capítulo Nove

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De certa forma, ficar mais próxima de Max nos últimos dias estava me deixando com uma sensação de calma que eu não sentia há anos. Talvez esse fosse o motivo pelo qual meu irmão apareceu no sonho para nós dois, nós precisávamos fazer as pazes para que eu me libertasse de todo o sofrimento de vez.

Desde o dia que ganhei o troféu de presente e passamos o restante do dia na piscina igual duas crianças, continuei me aproximando dele. Durante a semana, trocamos mensagens quase o dia inteiro, exceto quando ele tinha algum trabalho importante para fazer. Fora isso, quando eu percebia já estava olhando para o meu celular de dois em dois minutos aguardando ansiosamente uma mensagem do piloto.

O problema era que a essa altura do campeonato, minha mãe e meu pai já começavam a me olharem desconfiados. Eu já tinha chegado escondendo aquele troféu enorme deles e agora andava como uma barata tonta falando no celular durante a madrugada e durante o dia até mesmo na hora do almoço eu estava com ele sobre a mesa, coisa que não era muito comum de acontecer. Meus pais com certeza sabiam sobre o que se tratava, porque quando éramos mais novos eu era assim com Max. Ficávamos o dia inteiro conversando a ponto da minha mãe um dia pegar o celular da minha mão e falar com ele para desligar que queríamos jantar em família. Nunca senti tanta vergonha igual aquele dia.

No sábado seguinte, recebi uma mensagem de Verstappen me convidando para ir com ele a um jantar dos pilotos da Fórmula 1. Segundo ele, seria um evento beneficente que arrecadaria fundos para ajudar uma organização social em algum lugar do mundo que eu não me dei ao trabalho de querer saber os detalhes.

No começo não pretendia ir com ele, afinal tinha uma série de fatores que poderiam causar confusão em todos presentes lá: poderiam achar que éramos um casal, os paparazzis poderiam fazer suposições ridículas e até mesmo fãs começarem a fofocar na internet. Mas logo ele listou cinco motivos para eu ir com ele que me convenceram de ir.

Quando deu nove e meia da noite, ouvi um carro estacionar em frente de minha casa e me apressei antes dos meus pais verem para poder sair sem que me bombardeassem com mil perguntas sobre onde eu iria e com quem iria.

Senti meu coração acelerar quando observei Max sair de seu Audi preto vestindo roupas que ele não costumava usar. Sua gravata preta borboleta combinava com seu smoking e precisei de alguns segundos para não deixar transparecer que eu estava o achando muito lindo naquele traje. Parecia uma cena de filme vê-lo se aproximando daquela forma, ajeitando o terno, enquanto andava na minha direção.

Ele me observou de cima a baixo brevemente. Eu não estava tão arrumada, apenas com um vestido vermelho que me deixava muito bem nas curvas da minha cintura, uma trança que eu tinha feito e uma maquiagem não tão chamativa. Se eu soubesse que o evento seria tão formal, teria me arrumado melhor durante o dia inteiro.

— Uau, Scarlett. Você está linda — Max me elogiou, abrindo a porta do carona para mim.

— Você também não está nada mal — sorri para ele enquanto entrava no carro. Ele fechou a porta logo em seguida com um sorriso no rosto e deu a volta no veículo para entrar ao meu lado no lugar do motorista. — Pronto para causar o caos?

— Deixar eles confusos? Eu prefiro pensar que eles não tem nada a ver com a nossa vida e não precisam fuxicar sobre isso.

Suspirei.

— Eu queria que fosse assim.

— Só não dê ouvidos, ok? Hoje você é minha convidada e eu não vou sair do seu lado hora nenhuma. Que se dane o que todos falarem sobre nós.

Eu gostava do quanto aquilo soava determinado vindo dele.

Assim que chegamos no evento, percebi como aquilo tinha sido uma péssima ideia. Haviam muitos paparazzis, fãs e seguranças do lado de fora do clube.

Me and the Devil | Max VerstappenOnde histórias criam vida. Descubra agora