Toda a corrida estava um caos. Sargent bateu, Charles infelizmente abandonou pelo problema no seu carro e uma forte chuva caía no circuito impedindo os pilotos de continuarem a corrida faltando somente sete voltas. Já o camarote e a arquibancada parecia estarem mais animados do que nunca. Para todos aqueles que não estavam ali no mesmo lugar que eu, um DJ animava a torcia com músicas mesmo com a chuva e eles dançavam empolgados. Onde eu estava, um outro ambiente musical também tentava fazer as pessoas esquecerem que provavelmente aquela corrida demoraria um pouco para que pudesse terminar. O único lado bom de tudo era que Max estava em primeiro mais uma vez e, se ele vencesse, chegaria a sua nona vitória consecutiva.
Desde o dia em que Max foi embora do meu apartamento, não paramos de nos falar por mensagens e ligações nem uma vez. Todos os dias, algumas madrugadas e algumas horas antes das corridas eu falava com ele e mandava boa sorte. Ele só estava me dando orgulho por ter ficado cem por cento focado nas corridas e ganhando todas sem dó dos outros.
Por outro lado, senti pena de Charles. O coitado do meu amigo não acertava uma, eu ficava extremamente chateada com isso. O problema era que eu não sabia se comemorava a vitória de Max ou se chorava a derrota de Charles.
Também decidi que assim que eu me formasse na faculdade, no final do ano, não pensaria duas vezes antes de volta definitivamente para Mônaco. Eu amava os Estados Unidos, mas a minha vida toda estava do outro lado do oceano e eu me determinei a começar uma nova etapa lá, perto dos meus pais.
Falando neles, em uma ligação de mais de três horas de vídeo com eles, esclarecemos tudo sobre o meu irmão. Eles me contaram que ficaram chateados de esconder a verdade de mim e que agora estavam aliviados, me pediram muito perdão e pela primeira vez desde a morte deles, eu senti verdade na voz deles.
Também perdoei Alexsander por ter feito Max esconder aquilo de mim, embora eu ainda achasse que ele poderia ter me falado antes que não estava bem. Eu e Abigail fizemos uma pequena cerimônia para meu irmão no terraço do apartamento, onde acendemos velas e rezamos para que ele estivesse realmente com a alma curada onde quer que estivesse.
Eu finalmente sentia paz comigo mesma e com todos ao meu redor. Ali, rodeada de pessoas fãs de Fórmula Um, ouvindo o som dos carros, os mecânicos e todos os outros fatores que faziam parte de um todo que era aquela modalidade automobilística, eu me sentia em casa.
— Isso! — Abigail gritou ao meu lado quando todos comemoraram mais tarde quando a chuva parou.
Desviei meu olhar para o telão e vi o que estavam comemorando. A corrida tinha se encerrado. Max Verstappen tinha vencido!
— Você não era fã do Leclerc? — perguntei a cutucando.
— Estamos no camarote da Red Bull e preciso ter uma segunda opção já que a primeira não tá muito bem hoje — ela se virou para mim e me abraçou. — Ele conseguiu, amiga! Seu namorado conseguiu! — disse dando pulinhos comigo.
— Ele não é meu namorado — voltei a dizer. Mas bem que eu queria que ele fosse.
Voltei meu olhar para baixo na linha de chegada e observei Max estacionando o carro para fazer a pesagem e todos aqueles procedimentos chatinhos.
— Scarlett, você vem? — a mãe de Max perguntou, surgindo na minha frente.
Ergui minhas sobrancelhas para ela.
— Para onde?
— Parabenizá-lo agora — ela sorriu, pelo menos ela gostava de mim. Balancei minha cabeça negando, eu não poderia fazer aquela coisa toda que as namoradas dos pilotos faziam de estar lá na grade com a equipe para parabenizá-lo.
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Me and the Devil | Max Verstappen
FanfictionScarlett teve sua vida marcada pelo trágico acidente que tirou a vida de seu irmão, um talentoso piloto de Fórmula 1, durante uma corrida anos atrás. Anos depois, ainda assombrada pelo passado e alimentando seu ódio pelo causador do acidente, Max V...