0.12 | Casa

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Na vida pode-se existir vários amores. Platônicos, confidentes, amantes, soulmates, incondicional, e claro, os da vida, o de companheirismo. Poucos tem a chance de conhecer ao menos um deles.

Porém, Vera e Patrick tem cada um deles. Separadamente? Não, cada um desses critérios foi/é preenchido por eles, em diferentes etapas.

Amar é mágico. Amar dói. Amar machuca e, cura. Amar, dependendo da pessoa, é quase inumano, algo épico, repleto de adrenalina.

Tem seus portos seguros, seus picos, suas decaídas, porém, quando se é verdadeiro, sempre vão voltar ao outro, como uma linha que forma um nó toda vez que é encontrada com a outra ponta, formando assim, o amor eterno.

É isso. Todo humano irá amar alguém, uma, duas, três vezes. As vezes não só romanticamente, afinal, almas gêmeas nem sempre são casais.

Wilson e Farmiga provam isso também. Foram soulmates antes da evolução do primeiro afeto, até agora. Simples, são um só.

(...)

- Já cansou, minha estrela? - Wan questiona ao ver a atriz ucraniana se jogar na sua cadeira ao finalizar a última cena no dia.

- Você ainda diz "já"? Minha garganta não é de ferro - ela brinca.

- Tenho minhas dúvidas - Patrick diz mostrando sua presença enquanto sentava ao lado de Vera, que arregala os olhos ao ouvir a frase, mas finge levar na inocência.

- Terei de concordar com ele - James fala fazendo Vera suspirar aliviada por ele não entender o duplo sentido na frase - Bom.. As gravações acabaram.

- O quê!? - Wilson e Farmiga vociferam em uníssono.

- Daqui sim. Só sobrou mais algumas que vamos terminar em casa. Vocês não se deram conta que estamos aqui a mais de um mês?

- Meu Deus, eu realmente não vi o tempo passar.. - a rainha do terror comenta meio tristonha. Tinha medo do que viria a seguir.

- Nada vai mudar, só o país - Patrick pontua entendendo a mudança na voz da mulher, que sorri para ele. Sempre se entendiam. Sintonias.

- Bom, vamos depois de amanhã. Digamos que vou deixar amanhã pra vocês descansarem antes da viagem.

- Está bem. Até, Wan - Farmiga diz se levantando, depositando um beijo na bochecha do diretor e indo em direção a saída, com Wilson atrás dela.

(...)

Ar-condicionado.

Era o único som ouvido naquele automóvel. As cabeças de ambos a mil, com muitas coisas pra falar, dúvidas os sufocando, medo, preocupações.

Era como se o conto de fadas estivesse prestes a acabar.

- Então.. Depois de amanhã - Patrick quebra o silêncio.

- Sim - suspira - Mas é como você falou. Eu não estou disposta a desistir de você tão fácil.

Patrick solta o ar que nem sabia que estava prendendo. Alívio.

- É bom saber disso. Eu também lhe juro isso.

Ambos sorriem e ele desvia o olhar da estrada rapidamente para encara-la nos olhos. O ator põe a mão sobre a coxa da atriz para ela entrelaçar seus dedos aos dele.

Estavam em paz. Por enquanto.

- Está bem, eu preciso tirar uma dúvida - Vera se manifesta após alguns segundos.

- Pode falar, amor.

- Wilson.. Nós somos casados. Temos filhos, somos figuras públicas. Como você pretende lidar com tudo isso?

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