Música: Somewhere Only we Know — Keane.Sentimentos são como combustíveis, a as pessoas são o fósforo prestes a atiça-los.
O problema é quando invés delas trazerem a brasa da adrenalina, elas nos queimam por completo. Nos fazem sentir numa intensidade avassaladora para depois, permanecerem só as cinzas.
Cinzas que com o passar do tempo só vão se dissipando, deixando somente o cheiro forte daquele combustível. Ou, mais facilmente, a saudade.
Ninguém está pronto pra conhecer a pessoa de sua vida de uma forma tão intensa, tão proibida, tão desprecavida. E pior, ninguém está pronto para perdê-la.
Eu já mencionei aqui uma vez, somos um só. Lidar com nossos próprios sentimentos, dúvidas e certezas já é algo incontrolável, irredutível, mas termos que saber como lidar da melhor forma com os de outra pessoa, se torna um trabalho desafiador.
Voltando ao início, Wilson e Farmiga não identificavam se ainda havia chamas, cinzas ou se até elas haviam sumido.
Haveria salvação?
Haveria perdão?
Haveria uma terceira chance?(...)
— Vocês entenderam? — perguntou o diretor, enquanto Vera e Patrick estavam sentados em sofás diferentes. Wilson ouvindo atentamente, enquanto Farmiga se encontrava em outra realidade — Vera!
A mulher se asssuta, dando um leve pulinho no sofá o encarando em dúvida.
— Perdão, James. Eu.. — balançou a cabeça, como se espantasse os pensamentos — Desculpa, pode continuar.
— Quer que eu repita? — ofereceu.
— Não, não. Vai atrasar os outros. Eu dou conta, pode continuar — sorriu fraco.
James a encarou preocupado. Ela estava dez vezes pior que nas últimas gravações. Parecia cansada, desgastada.
Ele não era cego, Patrick estava igual, mas disfarçava mais, a diferença é que enquanto Vera estava mais recuada, o homem demonstrava certa raiva.
— Eu já acabei — ele suspira — Vera, me acompanhe — o diretor pede. Farmiga o encara em dúvida, Patrick curioso, mas agia com desdém.
A mulher levanta de supetão, sentindo uma tontura novamente, se segurando na mesinha ao lado, enquanto acariciava a têmpora esquerda.
Patrick notou, e ainda chegou a levantar um pouco de onde estava. Seus impulsos eram protegê-la, sempre.
— Ei, Vera — Wan se apressou, segurando nos braços da mulher, que ainda tinha a visão um pouco turva — Você está bem? Se senta, vem — a põe novamente no sofá, que recosta a cabeça no tecido macio — Patrick, trás um copo d'água.
Só então a mulher notou o homem, que encarava a cena ainda sentado. Atento, preocupado, o cenho franzido leve examinando cada expressão da mulher.
— Não precisa, James. De verdade. Foi só porque eu levantei rápido, eu tô bem. Só preciso ir comer algo.
— Vera.. — ele diz em repreensão.
— Eu tô bem — sorri fraco, levantando mais devagar — Vamos, não havia me chamado?
— Você vai comer primeiro.
— Mas..
— Nada de mais, agora. Vá! — diz autoritário, a mulher suspira, acentindo enquanto dá as costas para os homens, indo em direção a saída — Vai comer fora? Coma com a gente.
Ela encarou ele, logo o homem atrás de si. O mesmo olhar desde que ela havia chegado.
Ela entendeu. Ele não queria a presença dela. Wan seguiu o olhar, notando.
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Unforgettable
Fanfiction❝Nós nos esforçamos tanto para esconder nossos verdadeiros sentimentos justamente das pessoas que mais precisam saber. Todo mundo tenta controlar as emoções, como se, de alguma foma, fosse errado reagir com naturalidade.❞ - Colleen Hoover