O relógio marcava 4:30hrs. Era hora do vôo. Vera não dormiu, já tinha ido deitar tarde dando uma olhada nos scripts e pensando em diversas coisas. Ou alguém. Então, não viu sentido em ir dormir. Levantou-se, fez suas higienes e se trocou.
Acordou Renn para de despedir, com cara emburrada devido o encomodo no sono, murmurou um "tchau, boa viagem" e virou o corpo de costas para a mulher. Ela revirou os olhos e pensou quando seu casamento havia esfriado tanto.
Foi ao quarto dos pequenos, acordando cada um que, diferente do pai, se despediram com um doce abraço. Vera deu as regras básicas de sempre para cada e esperou até dormirem. Depositou um beijo em suas testas e desceu até a porta principal.
Assim que sua mão tocou a maçaneta, suspirou. Só Deus sabia o que aconteceria naquela viagem, tinha medo.
Do outro lado da cidade não era muito diferente, Patrick seguiu os mesmos passos. Dagmara não era fria, mas também não era como chegou a ser a anos atrás. O casamento deles também não era mais flores.
Queriam lembrar como podiam ter chegado nessa situação. Amaram seus cônjuges, mas em determinado tudo mudou tanto, em um piscar de olhos, sem nem se darem conta em que momento específico isso aconteceu. Bom, talvez eles soubessem.
(...)
Patrick passou na casa do diretor e foi a caminho da casa de Vera para buscá-la, iam juntos ao aeroporto.
No carro o diretor tagarelava sobre como estava ansioso para as gravações, as ideias explodindo em sua cabeça.
Assim que chegam frente a luxuosa casa da rainha do grito, Patrick guarda a mala da mulher no porta-malas e entram novamente no transporte.
— Finalmente, não aguentava mais ouvir o Wan falando, estava fritando meus neurônios — o ator fala e Vera gargalha alto.
— Tadinho, Wilson! — ela defende.
— Liga não, Vera. Ele está ranzinza hoje, dormiu mal?
— Não.
— Então estava ocupado, não? — ele sorri malicioso lembrando do dia em que interrompeu o momento de Patrick e Dagmara.
— Como assim? — Vera questiona.
— Uns dias aí fui o empata foda. Liguei para o Patrick no momento errado, não foi meu bem? — ironiza e Patrick revira os olhos. Vera sente um incomodo lancinante em imaginar Patrick e Dagmara em um momento assim, raiva, decepção e até náuseas. Mas porque? Ela era mulher dele, santo Deus.
— Acho que minha vida sexual não é da sua conta, Wan — o ícone do terror rebate.
— É intensa, não? Se for ruim se segurar lá pode chamar Dagmara, desde que ela não te desconcentre — o diretor brinca novamente. Queria ver as reações de Vera, dar um empurrãozinho.
— Vai a merda, James.
— Olha a boca — repreende — por isso você é minha favorita, Vera — olha pra ela e pausa — como vão as coisas com Renn?
Vera queria provocar de volta. Imatura? Talvez. Talvez Patrick nem sonhasse que Vera fosse se encomodar, olha as coisas que ela havia dito! Mas não, mesmo Patrick esclarecendo os sentimentos, queria ver como ele reagiria. Se vingar de quê? Ela não tinha o direto. Babaca? Um pouco.
— Bem.
— E você? Também está com uma carinha de morta, ao menos viu os scripts ou a noite foi muito longa?
— Eu posso fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo, sou uma mulher cheia de talentos, Wan — mente e encara Patrick que não demonstra uma reação sequer, nem ao menos parece que ele prestava atenção no que ela dizia.
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Unforgettable
Fanfic❝Nós nos esforçamos tanto para esconder nossos verdadeiros sentimentos justamente das pessoas que mais precisam saber. Todo mundo tenta controlar as emoções, como se, de alguma foma, fosse errado reagir com naturalidade.❞ - Colleen Hoover