0.26 | Serendipidade

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Capítulo grande pra vocês. Peguem lencinhos, eles vão ter duas utilidades pra o capítulo de hoje. 🤫

Caso tenham curiosidade em saber como é a música no piano, é só arrastar a foto da capa do capítulo para o lado!

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Música: I Wanna Be Yours - Arctic Monkeys.

Quando se estamos ansiosos para algum acontecimento futuro, tendemos a pressentir que o tempo se alonga. Uma viagem no dia seguinte, rever alguém que sentimos falta, uma descoberta, evento esperado a longo prazo.

Incrível como ansiedade é um sentimento que está predominante em todas as situações, sejam boas ou ruins.

Curioso, não?

Na enorme casa, só se era ouvido o som leve do pisar frequente dos pés de Vera, andando em círculos a espera de Patrick.

Ele passaria a noite na sua casa, já que as crianças quiseram viajar com o pai como ele havia chamado.

Ela sorriu. Sabia que além das crianças aceitarem tal pelo amor ao pai, foi porque o "tio Patrick" poderia ficar mais tempo a sós com ela. Bom, fora o que ela ouviu no debate indeciso dos dois quando ia chama-lós para jantar.

Ouviu um toque na porta, abrindo um longo sorriso de imediato, correndo para abri-la.

— Você já estava na porta, por acaso? — brincou Patrick, ao não esperar nem dez segundos por ela.

Farmiga riu envergonhada, o puxando para dentro e depositando um selinho.

— Oi para você também, Wilson — ironizou — Está cheiroso — disse maliciosa.

— E você tá linda — elogiou a observando dos pés a cabeça. A mesma vestia uma camisola creme de cetim, com um robe da altura dos joelhos por cima. Ele se aproximou do ouvido dela — Cheirosa também.

— Não atiça logo cedo, pelo amor de Deus — reclamou a atriz, ouvindo uma gargalhada.

— Que cheiro bom — mudou de assunto — Não sabia que você cozinhava. Só que você mal sabia fazer um brigadeiro.

A mulher o encarou incrédula, dando um tapa no ombro masculino que riu mais.

— Estou fazendo strogonoff de filé mignon com arroz de forno. E você vem ajudar a fazer tudo — avisou adentrando na cozinha, tendo ele atrás de si.

— Com direito a outra guerra de farinha? — ergueu uma sobrancelha.

Vera arregalou os olhos em desespero, arrancando outra gargalhada audível do ator.

— Pelo amor de Deus, não! Você nem ouse. Nem vamos usar farinha, se comporta — mandou — O filé eu já piquei e preparei no tempero pra montar o strogonoff, você vai terminando o arroz de forno. Também vou cortar os pedaços de batata e assar na airfryer.

— Sim, Chef! — bateu continência, não vendo um sorriso que a morena deu de orelha a orelha.

Os dois cozinhavam trocando algum assunto em comum, preenchendo a cozinha com gargalhadas e provocações mútuas. Frequentemente um indo até o outro perguntando se precisavam de ajuda, ou fazendo planos futuros.

O clima era tão leve que dava gosto de observar, as conversas leves, a sintonia, os sorrisos verdadeiros, olhares cheios de afeto, os selinhos frequentemente trocados quando passavam próximo um do outro.

— Precisa de alguma ajuda? — perguntou o ator, abraçando Vera por trás, que cortava os últimos pedaços de batata.

— Não, meu amor. Só falta colocar sal e orégano nas batatas e por pra assar. Mas se você se disponibilizar a fazer aquele molho de acompanhamento que sou fascinada, agradeço! — proferiu, sentindo um beijo sendo depositado na bochecha, e ele se afastando pra fazer o que ela pediu.

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