21. A guerra acabou, mas a que custo?

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Logo após o estranho acordar e eles serem chamados, Yoongi e Lee concordaram em amarrar o ômega em uma cadeira. Uma precaução, mesmo que o homem alegue ter desertado, afinal este ainda é um ex-soldado inimigo. O estranho conversa um pouco, respondendo às perguntas com calma e sem hesitação.

Yoongi quer acreditar nele, pois tudo o que ele está dizendo é exatamente o que eles precisam para obter vantagem e, com sorte, acabar com esta guerra.

- Há apenas um acampamento próximo, é de onde eu vim. - explica o ômega, olhando nos olhos de Yoongi enquanto faz isso. - Eu estava sendo treinado como espião.

- E por que você fugiu? - Lee pergunta, assumindo o interrogatório.

Yoongi não tem problema com isso, preferindo apenas sentar e analisar o homem. Afinal, uma imagem pode valer mais que mil palavras.

- Porque eles querem um genocídio em massa, e eu só queria voltar para casa e ver meu filhote.

Os olhos do Min se arregalam minuciosamente, tanto com a menção do genocídio quanto com a menção de um filhote. Ele sabia que o inimigo queria matar o maior número possível de soldados - a sua natureza sempre foi violenta e assassina - mas ter um objetivo de genocídio completo é algo inédito nos dias de hoje.

Lee parece sentir o mesmo, seu cheiro de chocolate se diluindo no medo.

De repente, Yoongi dá um passo à frente para falar.

- Se nos disser exatamente onde fica o acampamento, garantiremos que você volte para casa em segurança.

O estranho ri, realmente ri disso. Yoongi fica confuso por um momento. Por que alguém iria rir diante da oferta que mais deseja?

- Por mais incrível que pareça, é uma missão tola. Vou ajudá-lo, mas meu filhote provavelmente estará morto quando eu voltar. Assim que descobriram que eu desertei, sem dúvida o matarão. - o ômega diz e com isso a tristeza horrível de antes voltou ao seu rosto. - E se não o fizeram, então acho que estarão esperando para me dar esse destino.

- E ainda assim você ainda está disposto a ajudar? - Lee questiona, desconfiado.

O ômega acena com firmeza.

- Por mais horrível que isso possa ser para um omma, a minha morte ou a do meu filhote não é nada comparada às milhares de vidas que serão perdidas se eu for egoísta agora.

Que herói. Yoongi luta contra a vontade de chorar. Ele não pode deixar de pensar nas notícias que recebeu anteriormente. Ele também tem um filhotinho agora, esperando por ele em casa. E um companheiro que o ama. Yoongi sente a dor do ômega sentado e amarrado na cadeira diante dele. E acredita em cada palavra que diz, ele tem que acreditar.

E não há dúvida de que o filhote é uma parte real da história, já que o cheiro do ômega se mistura com aquele cheiro cremoso da maternidade que todos os ômegas mantêm depois de engravidar. Yoongi funga, tentando ignorar a maneira como Lee lhe lança um olhar questionador de lado.

Eles têm que confiar neste homem, porque ele arriscou tudo ao vir aqui às custas da vida de seu filho e da sua própria, mas também porque é a única chance deles.

- Onde fica o acampamento? - o General Min pergunta, tentando não parecer muito emocionado.

- Ao norte daqui, enquanto todos vocês estão escondidos no meio das árvores, eles montaram acampamento no meio de uma clareira. Eles não são tão espertos quanto pensam que são, eles nem conheciam todos os caras que estavam aqui até a semana passada. - o ômega admite.

- E eles estavam planejando as emboscadas desde então? - Lee pergunta.

O estranho assente.

- No início, as emboscadas serviam apenas para levar suprimentos e talvez matar alguns homens aqui e ali. Mas então eles descobriram que o Rei estava aqui e, bem, decidiram que poderiam muito bem iniciar seu ataque final.

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