O Rei

14. Eventos inesperados

Antes, três dias sem ver o alfa eram fáceis, pelo menos sabia que ele estava vivo, bem e fora de perigo. Mas agora, três dias sem Yoongi era uma tortura. Todos os dias desde que ele partiu, Hoseok tem se sentido ansioso e inquieto. Seu ômega interior está chateado consigo e ainda mais chateado com seu alfa por partir para tão longe. 

Ele está até começando a se sentir fisicamente mal. Ontem tinha ido ver Seokjin e o beta o explicou que era apenas ansiedade por conta separação e que era comum para ômegas quando seus companheiros partiam por longos períodos de tempo. Isso foi um alívio, no entanto, a princípio Hoseok pensou que fosse alguma coisa inconsciente dentro dele o dizendo que Yoongi estava ferido. 

Mas ele não era o único a se sentir mal. A Sra. Min estava um desastre desde que seu marido morreu. Ela não conseguia mais sair da cama, tendo que comer lá e ser ajudada por uma das empregadas para ir até o banheiro. A ex-rainha estava fraca demais para fazer qualquer coisa, às vezes mal falando. Seokjin disse que ela não estava morrendo, seu corpo estava apenas em choque porque esteve ligada a um companheiro por muito tempo. 

O médico disse que ela melhoraria com o tempo, desde que fosse cuidada. Então, para tirar as coisas ruins da cabeça, Hoseok ia ao quarto da sogra todos os dias, passar algumas horas com ela. Essas horas geralmente incluiam levar o café da manhã, ajudá-la a tomar, ajudar a empregada a dar-lhe banho e depois ajudá-la a se vestir. No início, foi estranho, já que a Sra. Min estava basicamente sem vida. Mas agora a ex-rainha estava até um pouco mais animada. 

Yoonji estava um pouco melhor do que os dois. A beta estava angustiada, esperando pacientemente todos os dias pela chegada do mensageiro na esperança de que houvesse uma carta do irmão. Que como o esperado, só veio uma, curta e dirigida a todos eles - para grande consternação de Hoseok por não ter recebido um especificamente para ele - e tudo o que a carta dizia era que tinha chegado bem e que conseguiu chegar à frente.

Yoongi explicou um pouco que não enviaria muitas cartas, pois havia muito trabalho a ser feito no  treinamento e na formação de novas tropas, mas disse que escreveria quando pudesse. Isso o deu um pouco de esperança. 

— Alguma coisa hoje? — Hoseok pergunta, levantando um pouco a voz para que Yoonji possa ouvi-lo enquanto entra no quarto.

Ele estava ajudando a Sra. Min a escolher uma roupa para hoje quando Jimin se senta na cama perto, penteando suavemente o cabelo da ômega mais velha e prendendo-o em um rabo de cavalo bem cuidado.

Yoonji balança a cabeça, mas há várias cartas em suas mãos. 

— São pedidos de reunião para você. — ela explica ao notar seu olhar curioso. — A notícia sobre o falecimento do meu pai e a ascensão de Yoongi ao poder como general se espalhou.

— E o que eles querem? — ele perguntou, virando-se para continuar sua busca no armário.

Hoseok tenta agir desinteressado, mas por dentro está pirando. Agora não é o momento de se preocupar com todos esses novos encontros com pessoas que ele nunca conheceu, especialmente alfas, que são a maioria dos embaixadores.  Agora que está na linha de frente e assumindo o controle dos esforços de guerra, ele deve assumir o reino como a Sra. Min fez quando era rainha.

— Querem uma audiência com você, uma espécie de reunião de paz. Eles querem saber onde estão com nosso reino sob a nova administração. — Yoonji diz, seus olhos rapidamente passando pelas várias cartas. — Você é livre para recusar.

— Você fala isso como se não quisesse que eu fosse. — Hoseok bufa e finalmente encontra o que estava procurando no armário, se virando para mostrar à mais velha.

— Porque você realmente não deveria participar. Não é seguro. Muitos desses embaixadores já tentaram manipular a mãe antes. Eles estão neste jogo político há anos e sempre odiaram a mãe puramente por sua posição antes de sua ascensão à coroa. Eles também não vão gostar de você, uma vez que descobrirem quem você é. — a beta argumenta e ele revira os olhos.