Capítulo 17

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A minha noite de sono fora péssima, cheia de preocupações e pesadelos sobre a reunião que estava por vir, e também pela noite passada. Me espreguicei, esfregando os olhos cansados, e desejando ter tido mais algumas horas de descanso.

Estava ciente que hoje seria um dia importante na empresa Sitlus, pois estava marcada uma reunião crucial. Meu pai, César, CEO da empresa, estaria presente, juntamente com toda a nossa equipe de gestão. Eu seria responsável por apresentar os principais tópicos e ideias para o próximo trimestre e também para a tão sonhada reinauguração. 

Enquanto tomava meu café da manhã apressadamente, repassava mentalmente meu discurso e os números que iria apresentar. A pressão era intensa, pois as expectativas eram altas, especialmente por ser a filha do CEO.

Confesso que não estou tão animada para tal, mas preciso encontrar ânimo para dar continuidade.

Hoje, a reunião será fundamental, pois discutiremos todos os detalhes da reinauguração da empresa.

Dirigia, calmamente, pelas ruas da cidade, sentindo o aroma daquele dia tão perfeitamente ensolarado. As pessoas caminhavam lentamente, outras faziam sua corrida matinal obrigatória. E é durante esse trajeto que, às vezes, percebo a diferença entre rotinas e obrigatoriedade das pessoas. Algumas, têm como obrigação caminhar ao ar livre para a liberação de endorfina. Outras, saem apressadamente às 7h30, para registrarem mais um dia em seus devidos empregos. E mesmo assim, ninguém se torna superior a alguém.

Estacionei em uma das vagas disponíveis, e prontamente subi para o andar onde ficara localizada a sala de reuniões. Lá, possui escritórios dentro da sala, mas ainda sim há privacidade. Acho prático, assim não perdemos tempo. 

Terminei a revisão dos tópicos da reunião, e concluí também o meu café. Meu celular havia vibrado algumas vezes, mas somente agora visualizei as mensagens. 

E para a minha surpresa, é o Henrique. Tomo o fôlego, lendo calmamente toda a mensagem. Porém, ignoro, pelo bem dele. 

Levanto-me, notando pelas câmeras que toda a equipe está posicionada e que está na hora de começar a reunião.

Me posicionei diante da equipe, todos centralizados em torno da grande mesa. Meu pai, o dono da empresa, César, observava atentamente enquanto comecei a apresentar os tópicos da reinauguração.

Falava com segurança, descrevendo com detalhes os planos para o evento. Destacava a importância de cada aspecto, desde a decoração até a experiência do cliente, enquanto a equipe debatia os detalhes mais cruciais.

Entretida, ouvindo as pontuações dos meus funcionários e alguns líderes superiores à tais, o momento tomou um rumo inusitado quando Marília entrou na sala atrasada. Sua chegada tardia não passou despercebida, principalmente devido ao traje social ousado, mas um tanto exagerado, que usava. Seu vestido chamativo e o batom vermelho nos lábios atraíram olhares surpresos, dos presentes. Principalmente o meu. Por um breve instante, mantive minha atenção capturada pela aparência de Marília, mas rapidamente retomei o foco na apresentação.

Manuseava o teclado do meu laptop, que transmitia os slides necessários para a reunião. Por descuido, acabei embolando um pouco a língua. 

— Os números são esses. Precisamos levantá-los, em prol do faturamento no dia. É de suma importânci- - fui interrompida por Marília. 

— Desculpe, Maiara. - disse Marília com um sorriso gentil. — Acho que há um pequeno equívoco nos números que você mencionou. Deixe-me esclarecer esse ponto. - A loira pôs-se de pé, com as mãos cruzadas à frente do seu corpo e tomou toda a atenção para si. 

Na ponta do Salto - MAILILAOnde histórias criam vida. Descubra agora