Capitulo 36

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                     Maiara.

A festa estava incrível, a piscina brilhava com as luzes e a música animada preenchia o ar. Todos estavam celebrando minha conquista, incluindo Henrique, meu namorado, e a minha família, que estava radiante.

— Você não faz ideia do quão feliz estou, filha! - disse minha mãe, me abraçando fortemente enquanto beijava o topo da minha cabeça.

— O mérito também é de vocês! - sorri, abraçando seu corpo com tudo de mim.

Minha mãe não costuma abraçar, mas sempre que me abraça eu sinto o seu amor. Mal sabe ela que o seu abraço é capaz de reviver sentimentos únicos que somente ela desperta.

— Você tem sorte em tê-la, Henrique! - A voz do meu pai abrangeu o espaço em que estávamos. Henrique sorriu ao ouvir. — Cuide bem da minha garotinha, ok?

— Com todo prazer, Sra. Henrique. - Ele saudou a minha mãe com um aperto de mão.

Flutuo na piscina, o diploma, recém-conquistado em direito, na mão, enquanto a festa ao meu redor está em pleno andamento. Risos e músicas preenchem o ambiente, e eu sinto a alegria de finalmente ter me formado.

A água refrescante acalma meus nervos, e eu absorvo a energia positiva da conquista. De repente, meu olhar se cruza com o de Marília, cujo sorriso indica uma surpresa planejada. A atmosfera muda quando ela aparece ao lado de Murilo. Engulo em seco ao vê-lo. Não entendo a sua presença em um local onde não lhe cabe, mas não posso intervir porque Marília também não é da família.

A piscina, que antes representava apenas celebração, agora se torna palco de uma complexa troca de olhares. Em meio à música festiva, a tensão cresce, e as emoções se misturam enquanto meu presente e meu impasse colidem inesperadamente.

Enquanto tento manter a compostura, uma torrente de sentimentos contraditórios se misturam dentro de mim. Marília e Murilo se aproximam, trazendo consigo uma atmosfera carregada de expectativa e incerteza.

— Que festa linda, Maiara! - disse Murilo, vagando com o olhar pelo ambiente.

— Não trouxeram a minha pequenina? - pergunto, com os braços apoiados na borda. Encosto o queixo em meu pulso, com o olhar erguido. — Não quero ver vocês, quero ver a Mama.

— A minha presença não é suficiente? - A voz rouca e delirante de Marília invade os meus ouvidos, retraindo, instintivamente, meu âmago.

— Desta vez, não. - ironizo, sem tirar os olhos da loira. — Trouxeram roupa de banho?

— Eu não. - Murilo disse, ríspido. — Detesto piscinas.

E eu detesto você.

— Ele é um chato - Marília comentou, rolando os olhos. — Eu trouxe sim, você poderia me mostrar onde fica o banheiro?

— Claro. É um pouquinho distante daqui. Este espaço que papai escolheu é uma precariedade. - Impulsionei meu corpo, saindo da piscina.

Estou somente com um biquíni preto. A parte de cima esmaga os meus seios, contornando-os. E como eu sei? Bom, Marília não conseguiu desgrudar os seus olhos. Ela consegue entregar, facilmente, o que sente através da sua aura.

Abro a porta do banheiro, ligando as luzes. Há diversos espelhos, um maior que o outro. Não entendo pra quê tanto espelho assim, mas acabo ignorando. Entro com ela. Meus olhos deslizam pelo seu corpo agora seminu. Inspiro profundamente, admirando Marília vestir seu biquíni. Por um instante, sinto como se o mundo ao meu redor parasse.

— Pode me ajudar? - Seu tom é nocivo. Sedutor.

Apenas concordo com a cabeça, ajustando a parte de cima. Com um pouco de esforço, fecho-o. Solto uma lufada minuciosa de ar, buscando não sentir as reações que sinto por ter tocado sua pele. Por ter, simplesmente, tocado-a.

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⏰ Última atualização: Nov 28, 2023 ⏰

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